Coletivo existente na universidade forma parceria com entidade para auxiliar felinos
Editoria: Sociedade
Por Kaique Bernardo de Souza
No campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru, existe uma grande quantidade de gatos. Eles vivem dentro do próprio campus e se alimentam por meio de potes de ração deixados na universidade. As responsáveis por cuidar deles são funcionárias do câmpus, que possuem um coletivo de apoio a esses animais, chamado Terra dos Patudos. Em setembro de 2023, o trabalho do coletivo ganhou reforços, a partir de uma parceria com a Organização Não-Governamental (ONG) Arca da Fé, de Bauru, especializada em cuidados de animais de rua.
Fundadora da Terra dos Patudos, Renata Villas Boas, funcionária do RH da Unesp, afirma que a parceria traz mais recursos e estrutura para o trabalho de cuidado com os gatos. “A Arca vem até o campus e faz armadilhas para os gatos, assim conseguimos capturá-los em um maior número e já seguimos o cronograma de vacinação e o processo de castração”, afirma.
Vanessa Araújo, diretora da Arca da Fé, conta que a iniciativa da parceria veio das próprias funcionárias da Unesp. “Fomos procurados pela administração do campus que nos expôs a situação dos animais tanto de saúde, quanto também o aumento da superpopulação felina”, afirma. “Isso é algo que nos preocupa bastante, pois trata-se de saúde pública e também bem estar animal”, complementa.
No ano de 2021, o movimento de ajuda aos animais entrou para o Instagram, divulgando os gatos do campus para possível doação. Renata Villas Boas, funcionária do RH da Unesp-Bauru, explica como foi a criação do coletivo. “Eu comecei esse trabalho recolhendo os animais quando entrei no campus, em 2004. Desde então, foram surgindo novas pessoas com esse mesmo interesse. Hoje somos oito mulheres que cuidam dos animais em diferentes áreas do campus. Em 2021, entramos para as redes sociais a fim de divulgar o nosso trabalho”.
A organização mobiliza recursos para oferecer aos animais ração, vacinas e cirurgias de castração. As membras realizam rifas frequentemente para arrecadar verba com esta finalidade. “Nós fazemos várias cestas em datas comemorativas, como dia das mães e dia dos namorados, e vendemos para arrecadar dinheiro que irá ser usado no cuidado dos gatos. Além disso, também temos um bazar onde vendemos canecas e calendários dos gatos do campus”, explica Renata.
A principal função da Terra dos Patudos é manter os gatos dentro do campus bem cuidados. Porém, o número de animais aumentou bastante. “Os gatos se proliferaram muito durante a pandemia. Eu e as outras membras temos bastante dificuldade para pegar todos os gatos, visto que temos que ficar após o expediente e vir em finais de semana para tentar capturar o maior número possível”, diz Renata.
É importante que esses animais tenham o devido apoio, visto que além dos riscos da rua, eles sofrem com doenças. “As cirurgias desses animais são caríssimas, até agora nós usamos o dinheiro arrecadado por meio de um pix que alunos criaram para nós. Arcar com vacinas, castração e ração também é muito complicado, muitas vezes eu desembolsei do meu próprio bolso para não deixar o mínimo faltar”, afirma.
Do outro lado dessa relação, temos Vanessa Araújo, diretora da Arca da Fé. Quando perguntado a ela sobre o porquê a ONG decidiu ajudar na causa dos gatos, ela diz que foi uma iniciativa da própria faculdade. “Fomos procurados pela administração do campus que nos expôs a situação dos animais tanto de saúde, quanto também o aumento da superpopulação felina”.
“Isso é algo que nos preocupa bastante, pois trata-se de saúde pública e também bem estar animal”. Complementa.
Além disso, ela diz da importância do auxílio aos animais, e cita os feitos da Arca nos últimos anos. “A ONG preza muito pelo bem estar animal e temos projetos na cidade voltados para castração. Inclusive só no ano passado castramos 4.500 cães e gatos da cidade pertencentes a famílias de baixa renda gratuitamente”. Diz Vanessa.
Ela destaca também como será o procedimento de cuidado com os gatos do campus. “Com o auxílio financeiro do campus e das funcionárias que se dedicam a anos nos cuidados com os animais vamos poder fazer um trabalho bacana. Os animais mais velhos permanecerão no campus, já os adolescentes e filhotes serão resgatados para terem oportunidade de irem para um lar. Todos serão vacinados contra raiva e microchipados”.
Finalizando sua fala, Vanessa diz como será a projeção de futuro dessa relação entre a Arca da Fé e a Unesp. “Nós acreditamos que fortalecemos uma aliança importante tanto para os animais quanto para a Unesp. Estamos muito felizes com essa iniciativa do campus em abraçar essa causa tão nobre, lembrando que o fluxo de pessoas dentro do campus e veículos se torna um risco para a vida dos gatinhos, principalmente para os mais novos. A presença de animais silvestres que é comum aparecerem no campus é outro risco para a vida dos gatinhos”.
