Por Juliana Allevato
Uso da inteligência artificial para automatizar trabalho divide opiniões entre gestores
Lançado em 30 de novembro de 2022 pela OpenAI — laboratório de pesquisa de inteligência artificial sem fins lucrativos dos Estados Unidos —, o Chat GPT tem o alcance de 100 milhões de usuários, de acordo com pesquisa realizada pelo banco suíço UBS. Entre as finalidades do chatbot está o auxílio na geração de conteúdo (como histórias, scripts, artigos, etc) a partir do conjunto de dados já programados. A liberação do seu uso no ambiente de trabalho, no entanto, ainda não é um consenso entre gestores.
Para Vinicius Chiose, Coordenador de marketing da Tempest Security Intelligence (empresa de segurança de dados de negócios digitais), o Chat GPT tem se mostrado extremamente útil e eficaz na rotina de trabalho.
“Eu encorajo todos, especialmente a minha equipe, a usar o Chat GPT e outras inteligências artificiais para automatizar processos e acelerar o aprendizado e as entregas. No meu campo, o Marketing Digital, ele atua como um assistente para a criação e revisão de conteúdo, além de gerar insights e atuar como especialista em diferentes áreas”, diz.
Segundo Vinicius, profissionais que limitam o uso do Chat GPT enfrentarão, no futuro, desafios no mercado de trabalho. “É essencial se aprimorar e saber usar ferramentas disponíveis, como o Chat GPT, como aliados no cotidiano. Do contrário, corre-se o risco de ficar para trás”.
Erika Coradin, Coordenadora de atendimento da PinePR (Hub de assessoria de imprensa) acredita que o uso do Chat GPT pode atrapalhar o desenvolvimento de seus liderados e portanto faz restrições no trabalho. “Com a IA, as produções jornalísticas ficarão dependentes de uma máquina, e os jornalistas sem saber escrever um texto ou saber desenvolver um simples conteúdo, e eu não quero isso”.
Durante sua atuação como Coordenadora, Erika relata que quando um de seus subordinados fez uso do Chat GPT para escrever os textos obteve um resultado completamente desalinhado do que havia proposto, e, desde então, passou a ser mais rigorosa com a tecnologia.
“O texto não estava nada parecido com aquilo que o cliente estava esperando. O conteúdo estava muito aberto e sem foco”, conta.
A coordenadora, entretanto, faz uma flexibilização do chatbot apenas quando ajuda os jornalistas a terem “insights”, mas, ainda sim, deve vir com acompanhamentos. “A conciliação pode sempre vir a partir de briefings e alinhamentos. Entender sempre qual é a notícia para desenvolver o conteúdo”.
Chiose também pontua que, mesmo com o uso da IA no dia a dia, tomou certos cuidados para que sua equipe se desenvolvesse e não ficasse limitada a ela. “Confiar no Chat GPT para tudo no dia a dia, sem análise crítica, pode impedir o crescimento profissional. Por isso, incentivo meus liderados a sempre buscar novos conhecimentos em nossa área e a se desafiarem para melhorar constantemente suas entregas”.
