O engajamento de grandes esferas políticas internacionais se tornam fundamentais para combater problemas ligados à exploração ambiental ao redor do mundo.
Por Laura Santos
O agronegócio desempenha um papel essencial na comunidade global, influenciando diversos aspectos, desde a segurança alimentar até as dinâmicas econômicas e ambientais. O engajamento e iniciativas de grandes esferas políticas internacionais se tornam fundamentais para combater problemas ligados à exploração ambiental ao redor do mundo.
Alexandre Honig Gonçalves, docente em geografia na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, comenta sobre a participação de grandes potências globais em questões relacionadas ao meio ambiente: “A gente fala desses fluxos globais de comércio que estão vinculados ao painel internacional sobre alterações climáticas e as questões da ONU, tem aí a contradição de que os principais atores da organização são unitariamente os maiores consumidores e os maiores fomentadores da poluição mundo afora”.
É notório que China e Estados Unidos estão no topo da lista dos maiores produtores agrícolas do mundo e ainda assim participam ativamente de reuniões ambientais. A discussão sobre agronegócio de forma sustentável e que seja lucrativa parece ser uma realidade distante da atual, em que grandes países veem que um cenário econômico positivo seria impossível com práticas ambientais efetivamente ativas.
Foi o que se viu na COP-28 (Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas), evento organizado pela ONU que ocorreu em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, sendo essa uma das principais atividades causadoras da liberação de gases do efeito estufa.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, abriu discussões importantes para o cenário ambiental brasileiro, apontou a sua insatisfação com as nações que não cumprem metas abordadas em acordos políticos que são participantes e cobrou o envolvimento ativo dos grandes países na luta contra o aquecimento global causado pelos mesmos.
“Mesmo com toda a tecnologia do mundo, que vão ser aplicadas de forma bastante intensa no agronegócio, ainda sim todo esse processo é estritamente dependente de recursos naturais. E não tem plantação se você não tiver um fluxo de chuvas que seja adequado”, explica o professor.
Em 2015 durante a COP-21 foi consolidado o “Acordo de Paris”, com o intuito de limitar o agravamento das altas temperaturas globais até 2020 e assim diminuir gradativamente o aumento ano a ano. Mas o que se vê atualmente é a falta de compromisso ambiental e engajamento dos principais líderes mundiais.
É nítido que esses países, que estão lucrando com guerras e gastando trilhões de dólares com armas, não se mostram ativamente favoráveis a iniciativas e acordos que visam os investimentos em medidas sociais e relacionadas ao meio ambiente. Escolhem se reunir em conferências para discutir o clima e se auto promoverem como sustentáveis e conscientes, mantendo um discurso recheado de contradição.
