Há quem pense que a tecnologia prejudica o futebol

Por João Victor Fortuna

Desde 2016, quando surgiu na segunda divisão do futebol norte americano, o árbitro de vídeo vem gerando polêmica. Criado para minimizar os equívocos humanos com a ajuda da tecnologia, o VAR está cada vez mais conquistando espaço no futebol mundial. As principais competições do mundo já adotam o árbitro de vídeo, da Libertadores a Champions League, do Campeonato Paulista ao Goiano.

Porém, muitos enxergam a tecnologia como prejudicial ao esporte, principalmente a dinâmica do jogo, com pausas consideráveis, interferências em excesso e a própria influência do VAR nos árbitros de campo.

David Richard, estudante gaúcho e apaixonado pelo Grêmio, lista diversos incômodos que o VAR proporciona a ele, que são prejudiciais ao esporte. “O principal problema é a demora de escolhas, se é ou não é, câmeras em diagonal, como por exemplo, no ângulo que a gente tem, normalmente da TV. Profissionais incapacitados e até mesmo mal intencionados.”

David Richard.

David pontua a demora para a tomada de decisões, que afeta torcedores, treinadores e jogadores. Todos ficam apreensivos e irritados com o tempo para as análises, atrapalhando a dinâmica e o desenrolar do jogo, prejudicando o ritmo dos jogadores e incitando a revolta dos esportistas. Dessa forma, a partida fica mais intensa, mais quente, consequentemente mais jogadas duras e violentas acontecem.

“Muitas das vezes, quando está acontecendo a partida e para, normalmente demora um pouco e isso é um problema para os próprios jogadores que começam a perder o ritmo do jogo.”

David ressalta o despreparo dos profissionais ao comandar o VAR. Dessa forma os erros persistem, pois os profissionais não estão capacitados para o manuseio e a dinâmica da partida é prejudicada e os erros permanecem.

“A falta de profissionais capacitados estragam o jogo, um exemplo foi Corinthians x Grêmio na Arena NeoQuimica, onde aconteceu um pênalti claro e falaram que era um ato normal o braço aberto.”

David se refere à partida do dia 18 de setembro pelo campeonato brasileiro: um lance que pelas determinações deveria ser revisto pelo VAR foi ignorado, e o critério incongruente é uma das razões que mais revoltam os torcedores contrários ao VAR.

O estudante acredita que a ferramenta pode ajudar, porém implementações precisam ser realizadas. “Acredito que para o VAR funcionar, ele precisa de câmeras em volta do campo, tanto no chão, tanto no alto, para não existir tantas dúvidas e tanto tempo analisando a imagem para decidir algo.”

David acredita que o VAR pode ser benéfico, porém ao compará-lo com o futebol antigo, ele perdeu sim sua essência.

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