De acordo com governador Tarcísio de Freitas, os estudos para possível privatização devem continuar mesmo após greves e paralisações

Por Thais Evangelista

Uma das principais propostas do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é a privatização total das linhas de Metrô e CPTM. O projeto pretende privatizar os serviços das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, as demais linhas ainda passarão por estudos mais profundos dentro da proposta.

A rede metroviária de São Paulo é composta por seis linhas, e até o momento duas delas são privadas, a linha 5-Lilás e 4-Amarela. Na CPTM, das sete linhas, duas são privatizadas, a 8-Diamante e 9-Esmeralda.

Depois do anúncio do projeto, a cidade passou por quatro paralisações neste ano. As greves começaram com funcionários públicos das companhias, que são contra o projeto do governador. Na última paralisação, que ocorreu no dia 28 de novembro, 62% dos funcionários estavam trabalhando normalmente por conta de decisão judicial. Porém, desta vez houve também a participação de professores da rede estadual de São Paulo e da Sabesp.

Neste ano, São Paulo favoreceu o repasse de verbas para empresas privadas do transporte metroviário da capital. As companhias ViaMobilidade e ViaQuatro receberam uma verba que chegou a 2 bilhões de reais, e transportou cerca de 500 milhões de passageiros apenas no ano de 2022. Já para o Metrô e a CPTM, que são funcionalidades públicas, tiveram apenas 460 milhões de reais em verbas, mas com um número muito maior de passageiros, chegando a mais de 1 bilhão.

Segundo o Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de SP, após a privatização das linhas 8 e 9 da CPTM no ano passado, as funcionalidades para a população decaiu. “Já ocorreram várias falhas, acidentes e a morte de um trabalhador que fazia a manutenção na Linha 9-Esmeralda. Ele foi eletrocutado na estação Pinheiros. Já aconteceu um acidente nas obras de construção da Linha 6-Laranja do Metrô, que também é privatizada “, disse o sindicato em nota.

O sindicato também enfatiza que o Brasil não segue os passos de alguns países Europeus, que reestatizaram serviços públicos, com propósito de melhorar serviços e baixar preços de passagens. “Na Grã-Bretanha, o governo decidiu reestatizar o metrô depois de 25 anos. Para isso, foi criada uma empresa pública para voltar a cuidar dos serviços. O governo tomou essa decisão após a administração pela iniciativa privada se mostrar ineficiente “, pontuou o Sindicato.

Já para os usuários e passageiros dos transportes públicos da capital, a situação é um pouco diferente. Fernando Luna, de 27 anos, mora na Zona Sul de São Paulo e conta que os ônibus da cidade ficam a desejar, mas as linhas privatizadas do Metrô passaram por melhorias. “Sou a favor da privatização, pois temos a linha 5-Lilás que é privatizada, e melhorou muito o transporte, acredito que melhoraria muito”, disse ele.

Outro morador de São Paulo, Wesley Pereira, de 26 anos, diz que a privatização também poderia trazer melhorias. “Bom, eu acredito que se privatizasse com um contrato bem elaborado e fosse uma empresa competente, fosse uma privatização de verdade, e não para benefício próprio, acredito que funcionaria e seria melhor para a população”.

Foto destaque: Reprodução/Edson Lopes/R7

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