O jornalismo enfrenta desafios ao noticiar a guerra

Por KEVILIN ALVES

Foto: freepik

Guerras, pandemias e conflitos políticos são exemplos de situações amplamente noticiadas pela mídia. O mais recente que vêm acontecendo em solo israelense conta com atualizações diárias nos jornais, televisão, internet e outros meios de comunicação, já que tempos como esse atendem aos principais critérios de noticiabilidade.

A informação tem a capacidade de formar opinião e é essencial para que as pessoas tenham conhecimento do que está acontecendo no mundo. Segundo o professor do curso de Jornalismo da Unesp e fotojornalista, Denis Reno, mais do que informar, noticiar tais acontecimentos tem como objetivo mostrar os estragos e sofrimento que um conflito pode trazer para os envolvidos. “Através da notícia, ajudamos a evitar a repetição de atrocidades como estas”.

A seleção de imagens é um desafio quando se trata de guerras, principalmente para o jornalismo tradicional. A parte gráfica exige um cuidado redobrado, pois pode influenciar como a pessoa vai receber aquela notícia. Thomas de Arruda, estudante de 25 anos, diz que as imagens tendem a te atingir mais significativamente. “A forma como a mídia é apresentada é fundamental, porque ouvir no jornal que um hospital foi bombardeado é triste, mas ver um vídeo com corpos que perderam a vida no ataque causa um impacto negativo maior”.

Com a possibilidade de acessar conteúdos o tempo todo sem censura, a internet se torna uma alternativa às pessoas que não costumam consumir informações nos meios de comunicação tradicionais. O problema é quando tais conteúdos são produzidos e divulgados por não profissionais. Para Denis, ainda que as redes sociais sejam um local onde é possível encontrar informações a todo momento, elas não competem com o papel do jornalismo. “Nosso trabalho não se limita a publicar conteúdos, somos mais que isso. O jornalista faz uma curadoria de informações e, além disso, a interpreta e promove reflexões”.

A credibilidade é algo conquistado com o tempo pelos veículos de comunicação. Por outro lado, o leitor deve-se atentar àquilo que está lendo e entender que nenhum jornal retém a verdade absoluta. Denis afirma que, em tempos de crise, uma imagem ou comentário com certa parcialidade pode influenciar o receptor e abrir espaço para uma opinião baseada em algo que talvez não seja real. 

“O ideal é que este conteúdo, e qualquer outro, seja acessado a partir de diversos meios e canais. Assim, tentamos encontrar uma diversidade de olhares e, claro, versões, na esperança de que uma delas seja a mais próxima do real”. Comentário que vai ao encontro da visão de Tomas, que tenta filtrar seus conteúdos buscando sempre veículos de comunicação confiáveis e que tem uma identificação, mas não se fechando totalmente para os demais.

Deixe um comentário