Por Marianna Montenegro
O Amor, esse sentimento, esse ente, esse personagem que tanto me intriga e não sai da minha mente. O que há com ele? Como pode ser tão almejado? E de tantas maneiras diferentes?
O Amor não pode ser explicado, mas todos sabem exatamente o que é. E o desejam. O Amor que é falado desde que se existe uma língua para falar e é idolatrado desde que se soube o que é amar. Ele que se faz de tantas maneiras, entre tantas pessoas. Ele que não se sabe se é peão ou mentor do Destino. Ele que brota aos poucos em alguns e em outros é tão repentino.
O Amor do bem ou do mal? Acalenta, mas também machuca. Algum sentido tem? É inspiração de tantos artistas, da música à poesia, da dança ao teatro, seja comédia ou tragédia, há sempre um ser amado. Amar faz parte da vida e do estar vivo. Sobrevive-se sem o Amor, mas viver de verdade só mesmo com alguém que se ama.
Mas muito se engana se pensa que falo apenas de amor romântico. Já viu amor mais belo ou intenso do que o de uma mãe com seu filho? Claramente nos casos felizes, é sempre bom lembrar que há as histórias tristes. Mas já reparou no Amor de irmãos? Eu diria que é dos mais divertidos e um dos mais fortes, pois é o que mais é posto à prova: irmãos se provocam, irmãos brigam constantemente, irmãos brincam e sempre há um intenso amor para sustentar. Erram e muitas vezes nem precisam se desculpar, às vezes basta mudar de assunto, fazer um agrado para deixar esquecer e permitir o Amor falar.
Porém, é fato, não há como negar que o Amor romântico é dos que mais encanta, pois é linda a ideia de ter alguém para a vida partilhar. Mas é um dos que mais é preciso arriscar. Não é tão fácil de verbalizar, muitas vezes nem mútuo é. E é um dos poucos amores que mesmo amando muito pode não conseguir manter uma relação de pé. Esse tipo de Amor é perigoso, pois pode perturbar e muitos não sabem administrar e são consumidos, tragados por sentimentos que podem ser de risco, que podem machucar. O ciúme de mãos dadas com a insegurança pode causar muita confusão. A Paixão, então, pode muito confundir um coração. Amar é coisa séria, mas muitos não sabem interpretar e o confundem com um sentimento menor, chamando de Amor, o que Amor não é e está longe de virar.
E o que mais me impressiona é que como não se tem como explicar, cada um entende de uma maneira e tem seu próprio jeito de amar. Em tantas línguas, em tantas linhas, em tantos corpos. De tantas maneiras se faz o Amor. Tão longe da mente, brota indiferente ao lógico e se faz presente como se fosse um sentimento óbvio. Entretanto, quanto mais escrevo esse texto, mais vejo meu erro e percebo que o Amor deve existir como existe e de nada adianta pensar no que ele consiste, pois só se entende o Amor amando. E às vezes nem amando se entende o Amor.
