Equipe tem aumento de investimento e ganha arena com capacidade para 5 mil pessoas

Por Augusto Angeli

Time Sub21 após conquistar o campeonato paulista, em 2023. Foto: Divulgação.

A transferência para Bauru gerou um aumento de investimento para as categorias de base. Além de ter uma arena com capacidade para 5 mil pessoas, os jovens tiveram melhora no transporte e hospedagem para participar dos  jogos por todo o Estado.

Após 14 anos com sede em São Paulo, o time de vôlei masculino do SESI-SP foi transferido, em 2023, para Bauru, no interior do Estado. Junto ao elenco profissional, a cidade recebe a categoria de base Sub21. A mudança  fez com que o masculino e o feminino se concentrassem no mesmo lugar, tendo a Arena Paulo Skaf à disposição para os jogos.

André Avallone, supervisor de esportes do SESI-SP, revela que o principal motivo para a mudança para Bauru foi a Arena Paulo Skaf. “Ela foi criada para 5 mil pessoas. Não fazia sentido a gente ter apenas uma modalidade e um naipe, que seria o feminino, aqui. Então, juntamos todas”, disse.

A construção da arena teve início em 2018. A ideia de transferir o time masculino para Bauru para ter acesso ao espaço  já existia desde aquela época, quando  o projeto saiu do papel. André, que é supervisor de esportes há 9 meses, explica que participou da decisão, e que a mudança não foi controversa  porque “ era algo lógico”.

André Avallone, supervisor de esportes do SESI-SP  
Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

A ideia de concentrar o elenco profissional e as categorias de base na mesma região é garantir que exista  uma “sequência de aprendizagem”, onde todos os treinadores estejam juntos e conversem. “A mesma forma de jogar que o Anderson implementa na equipe profissional é subdividida até o Sub15”, conta.

Silvio Roberto é jogador  da equipe Sub21 e está no SESI-SP desde de 2020. Ele  conta que os jogadores foram avisados antecipadamente sobre as razões da mudança. “Nos contaram que investiram no ginásio. Aqui focaríamos só no vôlei, masculino e feminino estariam juntos com total interação”, disse.

O time Sub21 do SESI-SP está em Bauru junto ao elenco profissional, utilizando a mesma infraestrutura. Como o técnico e os atletas também fazem parte da equipe principal, estar na mesma cidade facilita a integração. Já as categorias Sub15, Sub17 e Sub19 estão sediadas em Jaú. Quando um jovem sobe para o Sub21 ou é chamado para compor elenco, ele viaja ou se muda para Bauru, explica André.

Segundo ele, em uma cidade do interior, os atletas tendem a ter “maior foco”, um baixo custo de vida, melhores condições de estudo e fácil locomoção. “A gente acredita que isso influencia no bem estar do atleta e no seu melhor desenvolvimento”, explica.

A adaptação tanto dos atletas quanto da comissão técnica tem sido positiva. Silvio conta que a maior diferença para São Paulo é o clima de Bauru, que é muito mais quente e seco.

A transferência não está relacionada  apenas à arena Paulo Skaf.   Também traz a intenção de transformar Bauru no centro de vôlei do SESI-SP. “Todos os encontros, festivais e eventos relacionados ao vôlei acontecerão aqui. Assim como são as outras modalidades em outras cidades”, explica André.

Transformar uma cidade em um polo de um esporte é algo característico do SESI-SP. Exemplos disso são o basquete masculino, concentrado em Franca, o basquete feminino em Araraquara e a natação em São Bernardo do Campo. “[É possível] abranger todo o estado e dar mais oportunidade para todos”, conta o supervisor.

André Avallone fala sobre os principais objetivos do SESI-SP e em como o foco do projeto não é só em resultados. “Nosso principal objetivo é formar o ser humano, é ajudar a sociedade, criar valores. Esse trabalho que a gente faz na base é mais importante que no próprio profissional”, disse. 

A arena

Arena preparada para a semifinal do campeonato paulista.
Foto: Augusto Angeli

A Arena Paulo Skaf, que recebeu o nome do presidente do SESI-SP, teve o início de suas obras em 2018. Inicialmente,o custo do projeto era de cerca de R$15 milhões e a inauguração estava prevista para 2020. Por conta da pandemia e do aumento do preço dos materiais de construção, o ginásio foi inaugurado apenas no dia 3 de dezembro de 2021 e teve custo de aproximadamente R$33 milhões.

O ginásio tem quase 9 mil metros quadrados de área construída e pode receber jogos de quatro modalidades: vôlei, basquete, futsal e handebol. Conta com área exclusiva para autoridades, dois vestiários masculinos e dois femininos, dois vestiários para arbitragem, salas de fisioterapia e musculação, testes antidoping, imprensa e lanchonete. Além disso, tem  estacionamento externo com 1500 metros quadrados. 

A arena recebeu seu primeiro jogo oficial no dia 23 de outubro de 2022, quando a equipe feminina do Sesi Bauru venceu o Gerdau Minas e conquistou o título da Supercopa Feminina de vôlei, competição que reúne os campeões das últimas edições da Copa Brasil e da Superliga. 

No topo do vôlei nacional

A equipe de vôlei masculino do Serviço Social da Indústria no Estado de São Paulo (SESI-SP), foi criada em 2009, com sede na Vila Leopoldina,  na capital paulista. Em seu primeiro ano de projeto, o time masculino conquistou o Campeonato Paulista e em pouco tempo se tornou um dos principais times do Estado e do Brasil. 

Em 2011, somente dois anos após sua criação, o Sesi-SP viveu a sua melhor temporada, sendo campeão da Superliga Masculina, campeonato mais importante do voleibol brasileiro, além do Sul Americano de Clubes, que deu a oportunidade para que a equipe disputasse o Mundial.

Depois de 2011, o Sesi-SP seguiu se mantendo no topo do cenário do vôlei nacional, conquistando o Campeonato Paulista de 2012 e 2013, a Supercopa de 2018 e chegando em várias finais de Superliga nos anos de 2014, 2015, 2018 e 2019. 

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