Agora maior vencedor do torneio com sete títulos, Djokovic não se abalou com a torcida adversária em Turim e confirmou o triunfo sobre Sinner.
Por: Daniel Moraes Bueno
Neste domingo, dia 19, Djoko conquistou o título do ATP Finals de 2023, torneio que reúne os oito melhores tenistas da temporada. O sérvio confirmou a vitória por dois sets a zero (duplo 6/3) sobre o italiano Jannik Sinner, que tinha o apoio da torcida em Turim, na Itália.
Campeão mais uma vez na temporada, o tenista sérvio chegou ao sétimo troféu do Finals e ultrapassou o suíço Roger Federer como o maior vencedor da competição que coroa o melhor da temporada no circuito.
O sérvio e o italiano se enfrentaram em cinco oportunidades até o momento, com apenas uma vitória de Sinner, que superou o adversário na segunda rodada deste mesmo torneio. O duelo de estreia entre eles foi em 2021, pelas oitavas de final do ATP Masters 1000 de Monte Carlo, com Novak vitorioso por dois sets a zero (6/4 e 6/2).
Além de vencer esse campeonato, o atleta conquistou três dos quatro Grand Slams da temporada. Esses são torneios maiores, com uma premiação, tanto em pontos, quanto em dinheiro, superior aos demais e com um diferencial, as partidas são melhores de cinco sets e não de três como de costume. O primeiro desse formato foi o Aberto da Austrália, disputado em Melbourne logo no início do ano. O sérvio ganhou em cima do grego Stefano Tsitsipas com as parciais de (6/3, 7/6, 7/6). Essa vitória trouxe o décimo título nesse torneio e fez com que o tenista voltasse a ocupar o posto de número 1 do mundo.
O segundo Grand Slam do circuito ocorreu em Paris, Djokovic venceu a final de Roland Garros contra o noruegues Casper Ruud ( 7/6, 6/3 e 7/5), essa conquista fez com que ele se tornasse o maior campeão de Grand Slams da história, ultrapassando Rafael Nadal que possui 22 títulos.
De 26 de junho a 16 de julho, ocorreu o Grand Slam da grama sagrada, situado em Londres. A final de Wimbledon foi uma batalha de quase cinco horas entre o servio e o Espanhol Carlos Alcaraz, que triunfou com as parciais de (1/6, 7/6, 6/1, 3/6 e 6/4).
Em agosto o circuito retorna às quadras duras com o Aberto de Nova York, onde Novak garante seu quarto título, em cima do russo Daniil Medvedev por três sets a zero (6/3, 7/6 e 6/3). após essa conquista, o tenista de 36 anos ainda foi campeão do Masters 1000 de Paris, antes do último torneio do ano, o ATP Finals.
Na primeira fase do torneio, Sinner, que estava na mesma chave do sérvio, chegou a surpreender e vencer o mesmo por 2 sets a 1 (parciais de 7/5, 6/7 e 7/6) e alcançou a maior vitória da carreira. Para a decisão, ele chegou invicto, com triunfos também sobre Stefanos Tsitsipas, Holger Rune e Daniil Medvedev, enquanto o sérvio superou Rune, Hubert Hurkacz e Carlos Alcaraz.
O Jogo
Djokovic teve um começo perfeito na final de Turim. O primeiro game durou dois minutos e foi a favor do sérvio, que manteve um ritmo forte, não diferente de como foi a semifinal, variando muito os lados do jogo e surpreendendo o rival quando subia à rede. Com 22 minutos de partida, o tenista já liderava por 4-1. Segundo o jornalista Jorge Machado, “a mentalidade dele é algo raramente visto no esporte, perdendo apenas para o Nadal talvez. Ele tinha que vencer a partida e não esperar muito, tendo em vista como foi o primeiro jogo contra o italiano. Entrou de uma forma diferente, mais centrado e com menos arrogância, algo crucial para a vitória”.
Sinner voltou mais agressivo, devolvendo melhor as ações de Djokovic, vencendo o sexto game. O troco veio de imediato, com o sérvio vencendo o game seguinte e abrindo 5-2. Jannik reagiu e fechou o oitavo game com dois aces, 5-3. Reação que parou nisso. Novak foi cirúrgico para confirmar 6 a 3 no primeiro set, perdendo apenas dois pontos em serviços, ganhando 20 dos 22. Com apenas dois erros não forçados, ele precisou de 38 minutos para sair em vantagem na decisão.
Na segunda parcial, Djokovic voltou disposto a resolver logo a partida, pois logo de cara o sérvio abriu 2-0. Sinner diminuiu a desvantagem em um terceiro game disputadíssimo, que durou mais de oito minutos. No sexto game, quando todos imaginavam uma diminuição do ritmo do sérvio, o italiano não soube aproveitar e cometeu erros que permitiram com que Djoko voltasse a abrir dois games de vantagem, com o placar de 4-2.
O número 4 do mundo provou que continuava no jogo e o sétimo game do segundo set foi a prova disso. O mais disputado entre todos na partida, com 16 minutos e vitória do dono da casa. De acordo com André Campos, escritor de um blog sobre o esporte, “mais uma vez, Djokovic mostra sua versão desrespeitosa que está mais frequente com o passar dos anos. Não é a primeira vez que o sérvio se irrita com as vaias na quadra central de Turim e começa a provocar a torcida com o gesto de levar a mão ao ouvido. Se levarmos em conta só o seu comportamento, ele não é digno de tudo que ganhou”.
Em mais um game bastante equilibrado, Sinner teve chances de empatar, mas uma sequência de erros não forçados fez com que Djokovic fizesse 5-3. No grande final, o italiano chegou a dar trabalho para o experiente tenista, que quebrou o serviço e confirmou a vitória com um novo 6/3, sangrando-se heptacampeão do ATP Finals.
Esse ano foi especial para a carreira de Novak Djokovic, pois se tornou o maior campeão de Grand Slams da história, o maior campeão do ATP Finals e bateu vários recordes, como chegar à quadringentésima semana como primeiro do mundo e conseguir 55 vitórias em uma única temporada tendo mais de 35 anos.
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