Último torneio do circuito de tênis na temporada, o ATP Finals, ocorreu durante toda a semana passada com o sérvio Novak Djokovic sendo campeão no último domingo.
Por: Daniel Moraes Bueno
A competição de fim de ano aconteceu novamente em Turim, na Itália, e reuniu os oito melhores tenistas da temporada no ranking da ATP. São eles, respectivamente: Novak Djokovic, Carlos Alcaraz, Daniil Medvedev, Jannik Sinner, Andrey Rublev, Stefanos Tsitsipas, Alexander Zverev e Holger Rune. Uma curiosidade é que os campeões deste torneio, a partir de 2018, estavam todos presentes nesta edição. Djokovic venceu em 2022; Zverev triunfou em duas oportunidades, 2018 e 2021; Medvedev venceu em 2020 e Tsitsipas, em 2019.
O funcionamento do torneio se deve por meio de um sorteio entre os oito tenistas que são separados em dois grupos de quatro, com os cabeças de chave número 1 (Djokovic) e 2 (Alcaraz), obrigatoriamente separados em chaves diferentes. Todos os atletas jogam contra os outros três rivais em seu grupo. Os dois melhores de cada chave avançam para a semifinal e, em caso de empate em número de vitórias e derrotas, são adotados quatro critérios de desempate. Sendo eles, confronto direto, melhor porcentagem de sets vencidos, melhor porcentagem de games vencidos e, por último, melhor ranking ao começo da competição.
Em relação às premiações, a pontuação do torneio que conta para o ranking da ATP, fica entre os Masters 1000, que como o nome diz, oferece 1000 pontos ao campeão. E os Grand Slams, que oferecem 2.000 pontos. No Finals, o campeão invicto ganha 1.500 pontos no total. Sendo 200 pontos por cada vitória na fase de grupos, mais 400 na semifinal e 900 para o vencedor da grande decisão.
Já em relação ao prêmio em dinheiro, são oferecidos US$ 4,8 milhões (R$ 23,55 milhões) para um eventual campeão invicto ou US$ 4,4 milhões (R$ 21,6 milhões) para o campeão caso ele perca um jogo da fase de grupos. Isso é bem mais do que os torneios de Grand Slam dão a seus campeões.
Wimbledon e US Open premiaram os vencedores em US$ 3 milhões (R$ 14,7 milhões), o Australian Open deu US$ 2,9 milhões (R$ 14,2 milhões) e Roland Garros deu US$ 2,5 milhões (R$ 12,2 milhões) a seu vencedor.
Nesta edição de 2023, as chaves foram divididas como Grupo Verde e Grupo Vermelho. O início do campeonato no dia 12 se deu pelo primeiro grupo, com a partida entre Novak Djokovic e Holger Hune, seguidos pelo embate de Jannik Sinner e Stefanos Tsitsipas.
Os Jogos
A primeira partida, disputada entre o sérvio e o noruegues, foi marcada por um momento de raiva por parte do número 1 do mundo. Os dois estavam empatados em sets e tinham acabado de iniciar a etapa final, quando após ter seu serviço quebrado, Rune surpreende e devolve a quebra com uma bola duvidosa que precisou do desafio digital para ser validada. Novak não reagiu bem ao ocorrido e quebrou duas raquetes com os pés entre os games. Essa ação fez ele tomar uma advertência e arrancou muitas vaias do público italiano. Mesmo com essa adversidade no último set, o sérvio saiu vitorioso com as parciais de (7/6, 6/7, 6/3) e segundo o jornalista esportivo Jorge Machado. “ Essa é uma das grandes virtudes e armas do Djokovic, sua habilidade de esfriar a cabeça rapidamente e voltar ao jogo, é algo impressionante e raramente visto”. Ainda na primeira rodada para o grupo verde, o anfitrião Jannik Sinner aplicou um duplo 6/4 para vencer o grego Stefanos Tsitsipas.
Já do outro lado da chave, Daniil Medvedev ganhou de seu compatriota Andrey Rublev comas parciais de (6/4, 6/2) e o alemão Alexander Zverev levou a melhor sobre o espanhol Carlos Alcaraz por 2 sets a 1, sendo (6/7, 6/3, 6/4) em um confronto marcado pelas reclamações por parte do número 2 do mundo alegando que esta seria a quadra mais rápida do ano sem nenhuma necessidade, já que teriam acabado de disputar vários torneios em quadras duras muito lentas.
A segunda rodada do grupo verde foi marcada por controvérsias e lesões. A primeira partida, entre Djokovic e Sinner foi manchada por atitudes duvidosas feitas pelo sérvio. Por estar atrás no placar, o tenista parou a partida inúmeras vezes. De acordo com André Campos, escritor de um blog sobre o esporte, “essa é uma atitude desprezível cada vez mais comum no acervo do atleta sérvio. Alguma vez Federer e Nadal fizeram isso? Ele tentou parar o jogo para quebrar o ritmo como faz sempre. Primeiro o vestiário, depois o fisioterapeuta, tenta de tudo. Não gosto nada dessa atitude. Ainda bem que o Sinner não queria saber e ficou ali tranquilamente”. O italiano saiu vitorioso por 2 sets a 1 com as parciais de (7/5, 6/7, 7/6). A outra partida do grupo durou apenas 17 minutos, pois o atleta grego se machucou e teve que abandonar o torneio.
No grupo vermelho, Daniil Medvedev triunfou sobre Alexander Zverev por 2 sets a 0 (7/6, 6/4) e Carlos Alcaraz conseguiu sua primeira vitória no torneio, em cima de Andrey Rublev por (7/5, 6/2).
Na última rodada da fase de grupos, o atleta da casa garantiu sua classificação em primeiro lugar do grupo com três vitórias, essa última em cima do norueguês por 2 sets a 1 (6/2, 5/7, 6/4). Novak Djokovic enfrentou o polonês Hubert Hurkacz, número 9 do mundo, que entrou para substituir Tsitsipas. Mesmo com a pressão de ser eliminado caso perdesse, o sérvio levou a melhor com parciais de (7/6, 4/6, 6/1).
A outra parte da chave foi decidida pelos confrontos diretos, já que três dos quatro atletas terminaram com duas vitórias e uma derrota. Zverev venceu Rublev com um duplo 6/4, enquanto Alcaraz superou Medvedev pelo mesmo placar, garantindo assim, o primeiro lugar do grupo. Como o atleta russo havia vencido o alemão na segunda rodada, a disputa direta fez com que ele ficasse com a segunda colocação.
Mata-Mata
Como o primeiro colocado de um grupo enfrenta o segundo colocado do outro, as semifinais foram Djokovic contra Alcaraz e Sinner contra Medvedev. A primeira partida não atendeu a expectativa do público, já que o primeiro do mundo venceu rapidamente o segundo nas parciais de (6/3, 6,2). O jornalista Jorge Machado criticou a performance do espanhol. “Ele apresentou um nível muito abaixo do que é capaz, provavelmente pelo desgaste físico de final de temporada, porém Carlos é 16 anos mais novo que Djokovic e isso não se mostrou em quadra devido a superioridade do sérvio”.
Em contrapartida, André defendeu o espanhol. “Alcaraz teve uma temporada brilhante, conquistou seu segundo Grand Slam com apenas 20 anos, e essa semana obteve um feito que não ocorria a 17 anos. Conseguiu vencer 10 vezes um tenista top 10 em uma mesma temporada, desde Rafael Nadal em 2006. O atleta não veio para o torneio em sua melhor forma física, mas ainda é o principal candidato a acabar com o reinado de Djokovic”, comentou ele.
A segunda partida da semifinal foi um pouco mais disputada, contudo o tenista da casa não teve muitas dificuldades em vencer Medvedev, mesmo com o russo dando sinais de reação com a conquista do segundo set. A partida terminou com (6/3, 6/7, 6/1).
A Grande Final
As expectativas para a final eram grandes por dois motivos. O primeiro, era por ter um tenista da casa na decisão. O segundo, era por eles já terem se enfrentado na fase de grupos e o favorito, Novak Djokovic, ter perdido para o italiano Jannik Sinner. Contudo, mesmo com toda a torcida a favor e com a vantagem moral de já ter vencido o sérvio na primeira fase, Sinner não conseguiu conter a solidez e o preparo do adversário. Então, com um duplo 6/3, Djoko sagrou-se heptacampeão do ATP Finals em uma temporada quase perfeita, conseguindo se manter no topo do ranking pela quadringentésima semana.
Para saber mais sobre a trajetória do campeão ao longo do ano, acesse o link:https://contextojornalismo.com/2023/11/23/o-maior-de-todos/
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