Por Luiza Mazon
Neste sábado (04), a América se tornou verde, branco e grená. Isso porque a taça da Libertadores chegou pela primeira vez à sala de troféus do Fluminense. O clube carioca superou 2008, quando perdeu nos pênaltis para a LDU e é o 11º time brasileiro a conquistar essa competição continental e faturou R$133 milhões. Por outro lado, o Boca Juniors levou para casa cerca de R$81 milhões,
Luan Nogueira, torcedor do Fluminense e estudante de engenharia de produção pela Unesp Bauru, estava confiante para a final. “O clima era de muito otimismo desde o início da competição, da torcida em geral. Era nítido o foco do elenco na Libertadores, sabíamos que o time era muito bom”. O estudante também comentou que apesar da inconstância no Campeonato Brasileiro, o foco e a confiança na competição continental continuava forte, apesar do receio com os adversários.
Além disso, Luan disse que o jogo contra o Internacional no Beira-Rio foi o que lhe deu a certeza do título. “Aquele jogo do Inter no Beira-Rio foi o que me deu a certeza de que seríamos. A final com o Boca seria dificílima obviamente, por ser o Boca, e por terem chegado ali sem vencerem, só vencendo nos pênaltis e esse era meu medo. Sabia que o jogo seria pegado, mas que poderíamos vencer, e assim foi”, finaliza ele.
A final aconteceu em pleno Estádio do Maracanã, que recebeu quase 70 mil torcedores, o que gerou uma arrecadação histórica de R$31.702.250,00. Além disso, a TV Globo marcou 29 pontos com a transmissão da final da Libertadores 2023. Isso significa que cerca de 20 milhões de pessoas assistiram ao jogo.
A grande final
O Fluminense entrou em campo no sábado às 17h com a seguinte escalação: Fábio; Samuel Xavier, Nino, Felipe Melo e Marcelo; André, Martinelli e Paulo Henrique Ganso; Arias, Cano e Keno.Já o Boca Juniors foi escalado da seguinte forma: Romero; Advíncula, Valentini, Figal e Fabra; Medina, E. Fernández, P. Fernández e Barco; Cavani e Merentiel.
A partida foi morna e teve poucas chances no primeiro tempo.O Fluminense tentou encontrar espaços, mas o Boca Juniors estava recuado. Ciente de que isso aconteceria, o técnico Fernando Diniz povoou o meio-campo e escalou o volante Martinelli na vaga de John Kennedy. O Flu assustou o adversário com Nino e Cano na bola parada, enquanto o Boca teve dois contra-ataques. No primeiro deles, Merentiel chutou no meio. No segundo, Cavani optou pelo passe e perdeu a chance de abrir o placar.
Aos 27 minutos, um lance gerou polêmica. Valentini, zagueiro do Boca Juniors, cabeceou o meio-campista Ganso numa disputa na área sem bola. O árbitro colombiano Wilmar Roldán não viu, e o VAR não recomendou a checagem da suposta agressão.
No minuto 36, a torcida do Fluminense fez o L. Keno tabelou com Arias e cruzou rasteiro para finalização perfeita de Cano, que abriu o placar. O gol do Tricolor Carioca foi construído no estilo dinizista: o técnico pediu para os pontas Keno e Arias ficarem juntos na direita. Na construção, Marcelo, Martinelli, Ganso, e os pontas estavam no setor e Cano esperava livre na área.
O time argentino retornou mais agressivo do intervalo. Já no minuto cinco da segunda etapa, Felipe Melo, que estava atuando como zagueiro, sentiu um problema muscular e foi substituído por Marlon. Aos 16 minutos, o meio-campista tricolor Arias se enroscou com o lateral Fabra e pediu pênalti. O árbitro novamente deixou o jogo seguir. Pouco tempo depois, Equi Fernández assustou em finalização de fora da área, mas o goleiro Fábio defendeu bem.
O Boca Juniors insistiu tanto que conseguiu. Advincula empatou para o clube argentino aos 27 minutos do segundo tempo. O lateral direito passou com facilidade por Marcelo e chutou de canhota.
Com o empate, Diniz fez quatro substituições : entraram Guga, Diogo Barbosa, Lima e John Kennedy e saíram Samuel Xavier, Marcelo, Martinelli e Ganso. Kennedy, em poucos instantes dentro de campo, deu bastante ritmo ao jogo. Merentiel, aos 43, quase marcou de fora da área. Além disso, Arias, no minuto 48, desperdiçou uma cobrança de falta frontal. No último lance, Lima deu um bolão para Diogo Barbosa, que errou quase na pequena área. Com isso, o jogo foi para a prorrogação.
Já no primeiro tempo dos 30 minutos adicionais, John Kennedy estufou as redes do goleiro Romero para fazer 2 a 1. Na comemoração, porém, ele levou o segundo cartão amarelo e deixou o Fluminense com 10 jogadores em campo. Por isso, Diniz tirou Keno e colocou David Braz para fechar a defesa.
Pouco tempo depois, uma confusão se formou quando Fabra acertou um tapa no rosto de Nino. O lance foi visto pelo árbitro no VAR e gerou um cartão vermelho para o jogador do Boca. 2 a 1 para o Flu no placar, mas 10 a 10 em campo. Nos últimos 15 minutos, o Boca Juniors até tentou, mas não conseguiu superar o Fluminense, que acabou campeão do torneio.
Opinião de torcedor
Assim, o Fluminense consagrou-se campeão da Libertadores e o torcedor tricolor não poderia estar mais feliz. Luan Nogueira comenta que o título representa a realização de um sonho, um alívio e a cicatrização de um trauma para todos os tricolores. “A prova que o destino sempre está escrito e também da magnitude enorme desse clube, que eu sempre amei mesmo com tudo contra. Coloca o clube em outro patamar em títulos, e abre um horizonte muito positivo para conquistarmos mais nos próximos anos”, complementa ele.
Apesar da felicidade com a conquista, o estudante e torcedor do Fluminense também acredita que o clube tem aspectos a melhorar. Para ele, Marcelo e Felipe Melo enfrentam problemas na questão física: “Acho que, a começar, pela lateral esquerda. Marcelo é gênio, é titular com certeza, mas no meio, onde fez suas melhores atuações, porque na lateral esquerda não tem mais físico, expõe muito o time principalmente com Felipe Melo ao seu lado. Dois craques, mas tem limites físico”, explica ele.
Além disso, segundo Luan, é necessário prestar atenção nas renovações do clube. “No mais, é ver como vai ser essa renovação, com peças como André, o melhor jogador que vi jogar pelo Flu, e Nino, essenciais e muito difíceis de serem substituídas, com saída quase certa”, comenta. Para o estudante, a contratação do volante Thiago dos Santos, por exemplo, não é suficiente. Ademais, é preciso pensar nos veteranos e garantir peças para o futuro do time carioca.
“Mas confio no trabalho da diretoria, tenho algumas ressalvas mas em geral o trabalho do Mário é muito bom. Vamos ver”, finaliza o torcedor do Fluminense.
