O filme “Que Horas Eu Te Pego”, lançado no dia 15 de junho deste ano e dirigido por Gene Stupnitsky (já conhecido por seu trabalho em “Good Boys”), é uma comédia romântica fora do comum que surpreende do início ao fim.
Por Manuela Andretta Pupo
A obra mostra a história de Maddie, personagem interpretada por Jennifer Lawrence, uma motorista de uber de 32 anos, que está em uma grande crise financeira na qual seu carro foi confiscado e a casa em que mora, herança de sua mãe, está prestes a ser vendida. Disposta a fazer de tudo para encontrar uma solução rápida, ela começa a se interessar pelo anúncio que sua amiga mostrou de dois pais ricos desesperados para contratar uma namorada para o filho introvertido em troca de um carro, para então torná-lo um “homem de verdade”, antes que ele se mude para a Universidade Princeton.
Após entrar em contato com os pais de Percy, o garoto tímido, com um estilo totalmente diferente do seu, Maddie vai atrás de conhecê-lo no abrigo de cães onde ele trabalha. É interessante perceber que logo de início ela tenta seduzir ele para que logo tenham uma relação sexual, e, assim, seguir os combinados que fez com os pais dele. Porém, tem dificuldades para tal processo, já que Percy é um jovem romântico que não quer estabelecer esse vínculo sem antes conhecer muito bem a pessoa com quem irá se relacionar.
Isso foi um dos fatores principais para construir o humor do filme, que além de contar com a drástica diferença entre as personalidades de ambos, conta com as quebras de expectativas sobre os eventos que acontecem.
Em uma cena, por exemplo, onde eles saem no primeiro encontro, Maddie leva o jovem para uma praia proibida para nados a noite. Percy, sendo bastante regradinho, hesita em entrar na água, e quando finalmente decide ir, um grupo de jovens rouba suas roupas que estavam na areia. Em seguida Maddie sai do mar para lutar com eles, não desistindo mesmo depois de apanhar muito.
Depois de conseguir recuperar as vestimentas e assustar aquele grupo, ela volta para perto de Percy como se nada tivesse acontecido, tentando seduzi-lo de novo. O garoto acaba negando aquele afeto acelerado, e a personagem irritada desiste de tentar algo com ele e sai da água novamente prestes a deixá-lo sem carro. Nesse momento, Percy instigado pelos comentários dela de que o mesmo deveria crescer, aparentemente decide sair de sua bolha de conforto e pula na frente no carro dela (ainda pelado) até que ela parasse e desse outra chance para ele, o que no final, acaba acontecendo.
A partir desse ponto do filme, os dois começam a sair mais vezes e a se entender melhor ao compartilharem informações pessoais. No fim, esse amadurecimento dos personagens em sua relação acaba sendo outro destaque positivo para a trama, além de seu humor. Maddie passou a ficar acostumada com conversas mais pessoais e a sentir uma necessidade de se conectar mais intimamente com as pessoas, e Percy começou a ter mais coragem para fazer coisas as quais ele não fazia antes como estabelecer limites para seus pais superprotetores, ir em festas, e até tocar piano em público.
Além disso, a obra mostra o choque entre as diferentes gerações de maneira muito fidedigna ao que acontece na realidade, principalmente em relação às características estranhas da geração Z que assustam Maddie. Em uma das cenas, por exemplo, a personagem vai atrás de Percy numa festa para calouros de Princeton, e além de ser filmada pelos jovens que “cancelavam” suas falas, ela se surpreende com o modo como eles se relacionavam entre si, sobretudo quando abria as portas dos quartos da casa onde era o evento e só via grupos de adolescentes olhando seus celulares.
Por isso, “Que Horas Eu Te Pego” é um filme que vale a pena ser assistido, pois aborda temáticas como amadurecimento, crises em relacionamentos e diferenças geracionais de uma forma muito leve e divertida. Também, conta com um enredo que além de gerar uma curiosidade no público para ver até o final, encerra-se de maneira bastante positiva, com boas resoluções para os conflitos existentes na obra.
Fonte imagem: The Movie Database
