Lando Norris e Oscar Piastri conquistaram, respectivamente, P2 e P3 no GP do Japão, realizado no último domingo (24)
POR: Gabriella Leone

Lando Norris e Oscar Piastri entregaram uma dobradinha para a McLaren no Japão (Foto: Site McLaren)
McLaren, a equipe que conquistou o tricampeonato com o Ayrton Senna e que conquistou também o primeiro, dos sete, títulos de Lewis Hamilton. Nem mesmo os rivais conseguem negar o tradicionalismo que o grupo laranja carrega em seu escudo.
Entretanto, seu último título foi em 2008, com Hamilton. Nos dois anos subsequentes, a McLaren ainda era uma das grandes no pelotão da frente. Em 2012, foi o último ano da equipe sendo uma das principais do grid, mas as falhas mecânicas impediram um novo título.
Em 2013, tiveram perdas importantes, como a mudança de Lewis para a Mercedes, equipe na qual conquistou seus outros seis títulos. Paddy Lowe, diretor técnico, poucos meses depois, escolheu o mesmo caminho que o piloto. Já a patrocinadora principal do time, a Vodafone, anunciou o término da colaboração ao fim da temporada.
Em 2015, uma parceria com a Honda, para os motores, foi iniciada. O que ninguém esperava se tornou realidade: a parceria virou motivo de chacota. Alonso, piloto da McLaren reclamava constantemente sobre a falta de velocidade e de confiabilidade do conjunto McLaren-Honda. Durante a parceria, os melhores resultados da equipe foram três quintos lugares e um sexto lugar, de dez equipes, no Mundial de Construtores.
Em 2017, algumas mudanças começaram a acontecer. Uma delas foi a volta da cor laranja como cor principal da equipe. Em 2018, a parceria com a Honda foi extinta. Entretanto, essas mudanças não tiveram o retorno esperado, a McLaren ainda estava muito distante do pódio.
Cargos técnicos foram trocados e os pilotos também. Em 2019, Carlos Sainz e Lando Norris formaram a dupla de pilotos. E foi aí que o resultado começou a vir: após quatro anos, em Interlagos, Sainz obteve o primeiro pódio da McLaren. A equipe foi a quarta colocada no Mundial de Construtores, atrás apenas da Mercedes, Ferrari e Red Bull.
Em 2020 foi melhor. 2021 a equipe venceu sua primeira corrida e conseguiu uma dobradinha, com Daniel Ricciardo. Em 2022, a equipe sofreu com os dutos de freio e a mudança do regulamento, mas, ainda sim, conquistou um pódio em Imola. “Assim, chegamos a 2023, e a McLaren mais uma vez teve um começo de campeonato longe do ideal. O seu carro, o MCL60, não atingiu as metas de desenvolvimento da equipe, de modo que ela esteve longe dos pontos nas primeiras provas”, escreveu Bruno Ferreira, do blog Projeto Motor.
Entretanto, o GP do Japão surpreendeu a todos. A McLaren conquistou P2 e P3 com Lando Norris e Oscar Piastri. Não era segredo para ninguém que Oscar Piastri, de apenas 22 anos, era a aposta de rookie revelação de 2023. Piastri foi campeão da F3 e F2 em dois anos consecutivos e, atualmente, em seu primeiro ano na F1, já conquistou o seu primeiro pódio, algo surpreendente, considerando a supremacia da Red Bull na temporada.

Equipe da McLaren reunida após o GP do Japão (Foto: Twitter McLaren)
O anúncio da jovem promessa gerou uma das grandes polêmicas automobilísticas do ano passado. Após ganhar a Fórmula 2 em 2021, o australiano era reserva da Alpine, tendo a expectativa de ter uma vaga em 2023, uma vez que a dupla em 2022, era formada por Esteban Ocon e Fernando Alonso.
O baque da saída de Fernando Alonso para a Aston Martin fez a equipe francesa postar, sem consultar Piastri, que ele seria o novo piloto titular. E foi aí que a maior surpresa veio, o piloto, por suas redes sociais, negou o anúncio. “Eu entendo que, sem o meu acordo, a Alpine F1 divulgou um comunicado à imprensa no final da tarde de que estou pilotando para eles no próximo ano. Isso está errado e não assinei contrato com a Alpine para 2023. Não vou pilotar pela Alpine no próximo ano.” escreveu Piastri. Exatamente em um mês, a McLaren anunciou que havia fechado contrato com Oscar.
Atualmente, a McLaren ocupa o quinto lugar no campeonato de construtores, com 172 pontos e a Alpine, em sexto lugar com apenas 84 pontos.
Não há mais tempo para nenhuma equipe esse ano, entretanto, há tempo o suficiente para a McLaren se destacar em 2024. Os últimos GPs surpreenderam não só os fãs do time, mas sim a todos. Seria capaz a Mclaren barrar a supremacia da Red Bull em 2024?
