O festival Café Ancestral, realizou no último sábado (9), o Cortejo da Congada de Santa Efigênia

Por Maria Gabriela Oliveira

Integrantes da Congada em frente à Catedral do Divino Espírito Santo

Após rodas de conversa e oficinas com Maracatu Abayomi e Tobias Terceiro nos dias 24 e 25 de agosto, o festival Café Ancestral recebeu o Cortejo da Congada de Santa Efigênia no último sábado (9). A tarde foi repleta de atividades, tendo início no Museu Ferroviário Regional, com destino ao Calçadão da Batista de Carvalho. Além do Cortejo, houve a realização de uma roda de conversa sobre a história da Congada e a oficina “Dança e Percussão, Ritmos do Congo”. 

O movimento foi fundado em 1984, na cidade de Mogi Mirim-SP,  por José Batista Afonso, também conhecido como Zé Baiano. Atualmente, a Congada é comandada pela mestra Gislaine Afonso, filha do fundador, que carrega com orgulho a cultura de sua família. “Estou no comando há 24 anos e sou conhecida no estado de São Paulo como a primeira mulher a comandar um grupo de congada. Quebrei vários preconceitos e hoje, aos 44 anos,  honro o nome do meu pai Zé baiano, já falecido”, conta a mestra. 

A missão da Congada de Santa Efigênia é mostrar a cultura popular brasileira que foi trazida pelos escravos africanos ao Brasil, com cantos e danças para santos católicos e para os reis e rainhas congos. A Congada possui três ritmos: Marcha – um ritmo mais lento, Marcha Picada – ritmo rápido e Dobrado – ritmo bem marcante. São utilizados instrumentos como caixas de centro, pandeiros, taróis e repiniques. As roupas das apresentações são das cores verde e branco, simbolizando a paz e a esperança. 

O intuito do Café Ancestral é apreciar e aprender a partir de rodas de conversa, oficinas e shows, com mestres e comunidades que lideram ou fazem parte de culturas tradicionais e populares. Em sua quarta edição, o evento busca estimular o contato dos estudantes da Unesp Bauru com a comunidade externa ao Campus, gerando uma enriquecedora experiência na vida acadêmica. Essa interação também permite a troca de conhecimentos adquiridos na universidade e saberes tradicionais. Desta forma, o festival fortalece a luta contra o racismo, preconceitos e discriminação racial. 

Segundo Josué Kenji, produtor cultural do Café Ancestral, o festival já tem a próxima edição prevista. “A Professora Andresa Ugaya já nos convocou para o V Café Ancestral, então sim, teremos mais uma edição. Espero que no ano que vem nós consigamos trazer mais grupos, divulgar mais, e que mais pessoas possam ter essas vivências incríveis da Cultura Popular”, afirma.

O produtor diz que o resultado final foi além do esperado. “Eu nunca tinha presenciado um Cortejo de Congada antes, por isso fiquei impressionado com a energia do grupo e também da reação do público do Calçadão. A maioria gostou muito, incluindo as crianças. Foi uma experiência inesquecível”, garante.

Para a mestre Gislayne, a experiência foi feliz e gratificante. “Foi muito bom estar em Bauru, mostrando nossa cultura para uma cidade que nunca havia recebido um grupo de congada antes. Nós estamos orgulhosos e ficará sempre em nossa memória. Foi gratificante demais para mim”. 

O evento é realizado pelo Comitê de Ação Cultural (CAC) da Unesp e pela Pilastri Assessoria, com apoio da Unesp Presente, Selo (22) PROEC, NUPE, OPABI, Cria Bauru, Mutare Marketing, Secretaria de Cultura de Bauru, Museu Ferroviário de Bauru  Emdurb e GOT. 

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