Revés nos pênaltis contra a Portuguesa Santista dá fim à melhor campanha do time bauruense nos últimos 11 anos e o deixa sem calendário nacional em 2024
Por Bruno Rys Colesanti
Estádio Alfredo de Castilho no primeiro jogo da decisão. Foto: Bruno Rys Colesanti
Nos dias 10 e 17 de setembro, Noroeste e Portuguesa Santista se enfrentaram pelas quartas de finais da Copa Paulista. O primeiro jogo aconteceu no estádio Alfredo de Castilho, em Bauru, e terminou com vitória do Norusca por 1 a 0. A partida de volta foi disputada em Santos, no estádio Ulrico Mursa, e se encerrou com uma virada da Briosa, que devolveu o placar de 1 a 0 e avançou na disputa de pênaltis.
A primeira fase da competição contou com a participação de 18 equipes, que buscavam chegar à final da Copa Paulista e ter a chance de disputar uma competição de nível nacional no próximo ano, visto que o campeão do torneio pode optar por uma vaga no Brasileirão Série D ou na Copa do Brasil. O vice-campeão fica com a vaga restante.
Dentre os 8 classificados da primeira fase, o Norusca teve a 5° melhor campanha. Em 10 jogos, foram 6 vitórias, 3 empates e uma derrota. A Briosa foi a 4° melhor colocada, com os mesmos 21 pontos do Noroeste, mas com uma vitória a mais. Por isso, teve a vantagem de decidir o confronto das quartas de finais em casa.
No primeiro confronto, em Bauru, o torcedor presente no estádio Alfredão sabia da dificuldade que o confronto exigiria ao Alvirrubro.
“Espero uma vitória do Noroeste, que vem jogando bem nas últimas partidas. Mas promete ser um jogo muito difícil. O Norusca foi bem na 1° fase, mas a portuguesa conseguiu ser melhor ainda, tanto que vai decidir o duelo em sua casa na próxima semana. Por isso, é muito importante para o Noroeste sair com a vitória hoje e ter a vantagem do empate na semana que vem, em Santos”, comentou o torcedor João Carlos Araújo, na entrada do estádio.
O jogo seguiu a previsão do torcedor, teve muito equilíbrio e poucas chances de gol. 53% de posse de bola ao Noroeste, que também teve uma finalização a mais que a Portuguesa Santista. Foram 3 chances claras para a Briosa e 4 para o Norusca.
A última delas se transformou no gol da vitória. O zagueiro Luizão se antecipou à zaga após cobrança de escanteio e testou para balançar a rede do Alfredão aos 51 minutos da segunda etapa. A vitória deu ao Noroeste a chance de jogar por um empate em Santos.
O primeiro confronto também marcou a estreia da nova camisa principal do Norusca. No início da competição já haviam sido lançados o segundo uniforme branco e um uniforme alternativo preto (veja mais sobre o lançamento da camisa alternativa do Norusca: https://contextojornalismo.com/2023/09/27/noroeste-lanca-uniforme-preto-em-protesto-antirracista/)
O jogo da volta, em Santos, teve clima de decisão no acanhado estádio Ulrico Mursa. Os jogadores da Briosa desceram do ônibus ainda do lado de fora do estádio para passar pelo meio da torcida, que preparou uma festa com bandeiras e muitos sinalizadores.
Transformado num verdadeiro caldeirão, o pequeno estádio com capacidade para 7 mil torcedores empurrou o time santista, que pressionou muito na primeira meia hora de jogo. Após bola na trave e muitas outras chances criadas, a Briosa abriu o placar aos 29 minutos.
A Portuguesa ainda teve as principais ações do jogo até a reta final, mas o cansaço devido ao calor de quase 40°C segurou o ímpeto do time da baixada santista. O domínio se refletiu nos números: 10 finalizações da Portuguesa contra 3 do Noroeste e 65% de posse de bola para a Briosa.
A decisão acabou ficando para a disputa de pênaltis. A única cobrança desperdiçada foi a de Carlão, do Noroeste. Grande defesa do goleiro Wagner, que garantiu a classificação da Briosa para as semifinais. Seu adversário será o XV de Piracicaba, que eliminou o Juventus-SP.
Ao fim do jogo, o Noroeste elogiou a campanha de sua equipe através das redes sociais, mas não deixou de criticar a arbitragem do último jogo e da competição na publicação: “Aos 20 minutos, o atacante Carlão foi agredido com cotovelada no rosto pelo lateral camisa 2 Michel, lance claro para expulsão direta, mas o árbitro Thiago Duarte Peixoto mandou seguir e não assinalou nada. Um lance que mudaria o rumo da decisão. A tônica do Noroeste, inclusive, nesta Copa Paulista, tem sido diversos lances em que foi prejudicado pelas arbitragens, muito acima do tolerado. E as imagens gravadas nas próprias transmissões da Federação mostram isso no Youtube.”
Para o Noroeste, a temporada terminou. Seu próximo compromisso é pela série A2 do Campeonato Paulista de 2024. Agora o foco é retornar e se estabilizar na elite do futebol paulista antes de voltar a pensar em competições de nível nacional.
O torcedor João Carlos completou, ainda no primeiro jogo, que faltariam algumas evoluções na equipe para disputar competições nacionais: “Naturalmente teriam que ter muitos reforços. A Copa Paulista é uma competição com times do interior de São Paulo que não tem divisão a nível nacional. A maioria não está nem na primeira divisão estadual. Um nível muito diferente de uma série D, por exemplo.”
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Jornal Contexto 