Por Lucas Piona

O Brasil conseguiu três vitórias e duas derrotas na Copa do Mundo de Basquete, ficando em 13º na colocação geral. Em meio à uma transição de gerações de jogadores nacionais, a lesão de Raul Neto, o Raulzinho, na estreia do campeonato desestabilizou a equipe do técnico Gustavo de Conti. O atleta era o único em atividade na NBA e carregava o peso da liderança por esse motivo.
Durante a vitória por 100 a 59 em cima do Irã, Raulzinho deixou as quadras do Mundial após anotar oito pontos, quatro assistências e dois rebotes. O armador de 31 anos sofreu uma ruptura do tendão patelar do joelho direito no início do terceiro quarto. Suas lágrimas marcaram sua despedida do campeonato.
“Não tinha outro lugar que eu desejava estar mais do que nesse campeonato mundial com essa seleção brasileira. Quem está do meu lado sabe disso. Uma lesão dessa dói. Mas uma lesão dessa, no momento que aconteceu, dói ainda mais”, escreveu Raulzinho em suas redes sociais.
Além do Brasil perder o impacto do jogador nos dois lados da quadra, a lesão afetou a rotação da equipe. Yago Mateus e Marcelinho Huertas eram os outros dois únicos armadores da seleção. O primeiro já ocupava o papel de titular, mas a falta de Raul fez com que o segundo, de 40 anos, ficasse encarregado de todos os minutos com a segunda unidade.
“Huertas ganhou minutos e um espaço maior do que devia em quadra. Ele é uma presença de liderança inevitável.. o mais experiente dos jogadores do país nesse sentido, mas na seleção e neste nível de competição, não era o ideal”, afirma Matheus Carvalho, da página Pisou na Linha.
A perda de Raulzinho também teve papel simbólico para o país na Copa do Mundo. Ele foi o único brasileiro que estava ativo na NBA, número que chegou a nove em 2012/13. Inclusive, sua ida para o Fenerbahçe, da Turquia, faz com que nenhum jogador nacional esteja na liga em 2023/24, finalizando a passagem da geração passada pelos Estados Unidos.
“A narrativa de que vitórias e derrotas passam por um único jogador é muito vazia, seja no basquete ou no futebol… Acho que [a presença de Raulzinho] faria diferença sim, mas não sei se o suficiente para mudar o resultado final do Brasil”, comenta Matheus.
