Conheça os principais tratamentos de saúde que utilizam a musicoterapia como ferramenta

Por KEVILIN ALVES

Ilustração: Freepik

A musicoterapia faz uso das estruturas musicais como ferramenta para auxiliar no tratamento de condições físicas e mentais. Esta modalidade está presente em tratamentos de condições de saúde que vão desde a ansiedade no período da gestação até a Doença de Alzheimer. 

Um estudo realizado em conjunto por pesquisadores da Universidade Federal do Piauí e Espírito Santo, que tem como foco os efeitos deste método terapêutico aplicado a diagnósticos de ansiedade e depressão, aponta resultados positivos como o alívio dos principais sintomas e sensação de bem-estar aos pacientes, pois reduz os níveis de cortisol no corpo, que são os hormônios responsáveis pelo estresse.

Durante a gravidez, é comum que a mulher passe por situações que geram ansiedade, o que pode ser minimizado pela musicoterapia. De acordo com a musicoterapeuta Paula Hagemann, este modelo de terapia trabalha tentando fazer a gestante ter uma melhor percepção de si e do seu corpo, além dos movimentos fetais, que juntos resultarão em uma maior percepção rítmica.

 Quando utilizada no tratamento de neurodivergências, como no Transtorno do Espectro Autista (TEA) que, segundo Paula, tem sido “a menina dos olhos da musicoterapia”, esta estratégia terapêutica faz da música um canal de comunicação e proporciona um desenvolvimento cognitivo – principalmente quando voltado para crianças.

A música exige da pessoa que está ouvindo ou participando ativamente da experiência musical, atenção aos elementos que a compõem, o que auxilia no foco. Desta forma, pode ser útil no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Com uma técnica chamada de exercícios de arrastamento rítmico, que tem como ideia central usar a capacidade do cérebro de inconscientemente sincronizar-se com uma batida, os musicoterapeutas buscam tratar e melhorar o dia a dia de quem sofre com o mal de Parkinson.

A memória é outra área explorada quando se fala em música. Paula diz que ela é capaz de acessar “uma rede” no cérebro e ativar lembranças que estão “perdidas”. Ao fazer uso das percepções auditivas que possibilitam tal ativação, os pacientes diagnosticados com a Doença de Alzheimer podem ser tratados e apresentarem um estímulo significativo relacionado à memória musical de cada um.

A Federação Mundial de Musicoterapia a define como um tratamento que “objetiva desenvolver potenciais e restabelecer as funções do indivíduo para que ele possa alcançar uma melhor integração intra e interpessoal e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida”. E é com este propósito que ela vem sendo utilizada frequentemente em hospitais psiquiátricos – até mesmo em casos mais graves, como a esquizofrenia.

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