Na última quinta-feira (22), o grupo foi eleito pelos estudantes da Unesp de Bauru para ir à Brasília (DF) no maior encontro político da juventude brasileira, que vai acontecer de 12 a 16 de julho.
Por Talita Mutti

Participantes do grupo Afronte! em mobilização (foto: reprodução/afrontebauru).
Reunindo cerca de 10.000 estudantes de todas as regiões do Brasil, o Congresso da União Nacional dos Estudantes acontece durante cinco dias em Brasília, onde promove um espaço de debates e troca de experiências vivenciadas nas instituições. São formados grupos de discussão, atividades culturais e atos políticos a fim de desenvolver nessa geração de universitários um caráter crítico sobre o cenário político e social que se encontram.
Cada universidade possui o direito de levar seis delegados que representam a instituição ao Congresso da UNE, através de uma chapa eleita pelos próprios estudantes, além de levar também observadores credenciados.
Na Unesp de Bauru, as eleições ocorreram nos dias 20 e 21 de junho, no campus da universidade. E de um total de 1135 votos, a chapa “Sonhar exige luta” recebeu 659, à frente da “UNE Bauru”, que obteve 457 votos, e “Ocupar a Unesp, conquistar o que é nosso”, com 13 votos.
O grupo eleito é formado por cerca de 40 estudantes de diferentes cursos da Unesp, e é ligado diretamente ao movimento estudantil “Afronte!”, o qual já teve grande participação em debates sobre melhorias na universidade. O “Afronte!” também é responsável por diversas mobilizações, não só em Bauru, mas em outras cidades também. A chapa tem como projeto uma universidade e sociedade antirracista, socialista, feminista, anti-LGBTQIA+fóbica e antiproibicionista.
“Sendo o CONUNE (Congresso da Une) o principal fórum deliberativo da América Latina, é muito importante que a gente possa levar estudantes da Unesp de Bauru para que eles conheçam a dimensão e o peso do movimento estudantil a nível nacional”, diz Isabela Tamaki, uma das integrantes da chapa.
Ao fim, tudo que foi discutido no Congresso será compilado e votado em uma plenária final conduzida pela mesa diretora (presidente, vice e secretária-geral). São votadas as teses de Conjuntura, Educação e Movimento Estudantil, que são propostas para essas áreas, bem como a presidência e nova diretoria da entidade pelos próximos dois anos.
“No Congresso da UNE são votadas as resoluções políticas e impulsionadas por coletivos políticos e em sua maioria partidários. E essas resoluções dizem respeito aos principais temas de conjuntura nacional das universidades e dos movimentos estudantis, ou seja, uma forma de se organizar a luta dos estudantes”, complementa Isabela.

69º Coneg convoca Congresso da UNE (foto: @kboughoff)
Em um cenário pós-pandemia, faz- se necessário o levante de estudantes que estejam engajados com as pautas discutidas durante o Congresso para garantir um futuro promissor às universidades, já que além de assegurar que os direitos estudantis não retrocedam, as teses colocadas pelos coletivos políticos partidários exigirão mudanças e avanços na educação pública.
“A gente sabe que os problemas que a gente enfrenta no nosso campus não são separados dos problemas nacionais, e que outras faculdades enfrentam também, então é importante ter essa representação para a gente se inserir nesse debate nacionalmente”, comenta André Alves, membro da Sonhar exige luta.
Compete ao Congresso da UNE (Art.3 do Regimento):
I. Debater e aprovar as resoluções que orientarão a atuação da próxima gestão da entidade;
II. Eleger a diretoria da UNE, para mandato de dois anos;
III. Eleger o Conselho Fiscal da UNE, para mandato de dois anos;
IV. Modificar o estatuto da UNE, com o voto de no mínimo 3/5 dos delegados credenciados;
