Linha da Cultura promove artistas e auxilia na divulgação de arte acessível para a população
Por Kelly Namy



Tito e Maria Todo Dia (Reprodução/Tati Abreu)
O metrô de São Paulo existe há quase 50 anos e o projeto Linha da Cultura o acompanha por 37 deles. Com o objetivo de promover exposições e atividades artísticas e culturais, o programa leva arte às pessoas que transitam diariamente pelas seis linhas metroviárias que interligam as regiões da capital paulista.
A fotógrafa Tati Abreu é uma das artistas que compõem o catálogo do programa. Na exposição Tito e Maria Todo Dia, Tati busca reproduzir o dia a dia de seus filhos, transformando a rotina como mãe em um trabalho fotográfico. “Nesta intenção de registrá-los, eu comecei a retratar as nossas sensações, as estéticas, as emoções e os movimentos deles, sem a intenção de fazer um retrato”, explica.
O trabalho nasceu como um recomeço de carreira para Tati. “Comecei a estudar fotografia aos 28 anos, não queria que ela fosse somente um hobby, eu precisava encarar como uma nova profissão”, e o registro dos filhos foi a engrenagem que faltava para a consolidação como fotógrafa, a levando à aparições em revista, museu e, neste momento, em uma exposição nos espaços de uma das mais complexas redes metroviárias do Brasil.
Através de um edital, a curadoria do Linha da Cultura seleciona os projetos que entram em exposição nas estações. Após a inscrição e análise do time, os artistas são convidados a participar. Tati conta que eles são “uma equipe de arte muito bacana que acolhe, orienta e os ajuda”, auxiliando em todo o processo.
“Isso é o que eu acho mais legal, de ser uma arte para todos e não fechada em uma galeria que pouquíssimas pessoas têm acesso”. A fotógrafa enxerga a exposição no metrô como uma forma de se conectar com um público diverso, com histórias e rotinas que divergem, mas que se encontram dentro das estações.
Tito e Maria Todo Dia é uma exposição rotativa e já passou por três paradas, nas estações Ipiranga, Brás e, atualmente, na Tatuapé. “A arte estar disponível é muito interessante, fico feliz de fazer parte desse projeto e ter a oportunidade de passar por vários metrôs”, declara.

“Eu acredito que toda arte tem um impacto enorme na vida das pessoas, nem que seja em uma rápida visão das coisas, e acho que o metrô proporciona isso”, diz ao ser questionada sobre a importância de disponibilizar meios artísticos em um local comum e que faz parte da vida de milhões de paulistanos.
O metrô é um local rotineiro para a parcela da população que o utiliza como meio de transporte, seja para se locomover até o local de trabalho ou até a instituição de estudo, as pessoas que transitam pelas linhas se acostumam com o caminho repetitivo. Para Tati, a produção é uma forma de alterar a perspectiva, “sempre que eu passo por uma estação, no meu cotidiano mesmo, eu gosto de enxergar outras coisas e ir me alimentando de toda essa arte”.
As fotos ficarão expostas até o dia 16 de julho nos corredores da estação Tatuapé, Linha 3 – Vermelha. Além de Tati, outros artistas também exibem seus projetos por meio do programa Linha da Cultura, que atualiza os passageiros através do site do Metrô de São Paulo e das redes sociais.
