As iniciativas de sustentabilidade no mundo fashion são poucas, mas representam uma esperança para um futuro melhor

Por Cecília Ferreira, 27 de junho de 2023
Para alguns, saber que a moda é a segunda indústria mais poluente do mundo, ficando apenas atrás da indústria petrolífera, pode ser surpreendente.
Segundo um levantamento divulgado em 2022 pela Global Fashion Agenda, mais de 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis foram descartados em anos recentes. Em oito anos, essa quantidade aumentará em 60%. Além disso, a indústria é responsável por 8% da emissão de carbono na atmosfera.
Estamos na Era Digital, onde roupas podem ser fabricadas com a utilização de tecnologias e toneladas de resíduos de artigos de moda não serão descartados desnecessariamente, devido à inteligência artificial. Chegamos, então, à pergunta: a moda 100% sustentável com a ajuda da tecnologia é possível num futuro próximo?
De acordo com Ana Marta Flores, jornalista, pesquisadora, analista de trends e professora, isso não está tão próximo assim. “Acho que esse seria o desejo de todas as pessoas, mas infelizmente uma moda 100% sustentável não passa apenas pelos avanços tecnológicos. É preciso uma mudança cultural nos hábitos de consumo e nos interesses das indústrias”.
O Fast Fashion é o maior inimigo do meio ambiente, onde, segundo a revista Forbes, peças de roupas são usadas menos de cinco vezes e geram 400% a mais de emissões de carbono, se comparadas ao Slow Fashion. É por isso que diversas marcas de roupas estão colocando em pauta a sustentabilidade na hora de produzir suas peças.
A marca brasileira Insider Store tem como slogan vestes funcionais e tecnológicas, e conta com uma produção sustentável. Outra marca que preza pelo sustentável é a espanhola Camper, que cria protótipos de sapatos a partir de uma impressora 3D, produzindo menos resíduos e gastando menos energia.
As mudanças devem partir principalmente das empresas, mas o consumidor também tem a sua parcela de responsabilidade. “Quando o consumidor é mais consciente, pode facilmente obter informações sobre a mão-de-obra usada na produção de roupas e acessórios, a forma como remunera os estilistas, a origem do algodão e da matéria-prima usada na confecção, entre tantas outras informações disponíveis em órgãos de monitorização de sustentabilidade na moda”, comenta Ana.
Espera-se que estas primeiras iniciativas de sustentabilidade na indústria fashion se transformem numa tendência global. O meio ambiente agradece.
