Gripe, tosse e dor de garganta são alguns dos sintomas que surgem com a queda das temperaturas
Por Matheus Venâncio
Com a chegada do inverno, especialistas alertam para o preocupante aumento das doenças respiratórias, que afetam milhões de pessoas todos os anos. A combinação do clima frio, ambientes fechados e baixa umidade do ar cria um cenário propício para o surgimento e agravamento de condições como gripes, resfriados, bronquites e pneumonias.

Essas doenças representam um desafio significativo para os sistemas de saúde, exigindo medidas preventivas e uma maior conscientização por parte da população. O uso de roupas adequadas, ambientes bem ventilados e a higienização correta das mãos são algumas das precauções recomendadas pelos especialistas para minimizar o risco de infecções respiratórias durante o inverno. Além disso, a vacinação contra a gripe e a adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos e uma alimentação equilibrada, podem fortalecer o sistema imunológico e reduzir as chances de contrair doenças respiratórias.

O professor do curso de medicina na Universidade Nove de Julho (UNINOVE) e doutor pela Universidade de São Paulo (USP), pneumologista pediatra Renato Felix explica que, “no inverno, as doenças mais comuns que apresentam um aumento significativo são os resfriados, devido à propagação de vírus; as síndromes gripais, devido à presença da influenza; e também os casos de asma”.
Sobre os fatores de risco, o doutor afirma que a “falta de vacinação, a exposição desnecessária ao ambiente e a falta de controle ambiental são os principais fatores de risco associados às doenças respiratórias. Além disso, todos esses fatores tendem a aumentar com a queda da temperatura”.
Ele comenta também que “os sintomas predominantes dessas doenças incluem tosse, congestão nasal, rinorreia, espirros, sibilância (chiado no peito) e dispneia. Nas condições de baixas temperaturas, os sintomas tendem a se intensificar”.
Durante o inverno, ocorre um aumento significativo das doenças respiratórias devido a diversos fatores. A baixa umidade relativa do ar nessa estação torna as vias aéreas mais propensas ao ressecamento, enfraquecendo o sistema de defesa do organismo e aumentando a suscetibilidade a infecções respiratórias, como gripes, resfriados e bronquites.

O ar frio do inverno causa constrição dos vasos sanguíneos nas vias respiratórias, dificultando a chegada de oxigênio aos pulmões e provocando sintomas como tosse, falta de ar e chiado no peito. A aglomeração de pessoas em ambientes fechados durante o inverno facilita a transmissão de vírus e bactérias, favorecendo doenças respiratórias de pessoa para pessoa.
A baixa umidade nos ambientes internos, causada pelo uso de aquecedores e sistemas de aquecimento central, agrava os sintomas respiratórios e propaga patógenos. A falta de ventilação adequada contribui para a concentração de partículas suspensas no ar, como poeira, alérgenos e poluentes, que irritam as vias respiratórias e desencadeiam doenças respiratórias em pessoas suscetíveis.
É importante destacar que a temporada de inverno coincide com o pico da circulação de vírus como o da gripe. A vacinação anual é fundamental para prevenir doenças respiratórias sazonais, pois novas variantes do vírus são identificadas a cada ano.
Sobre as medidas de prevenção o professor Renato indica “É importante estar imunizado por meio da vacinação, manter-se adequadamente agasalhado, evitar exposição em aglomerações e, ao consultar um médico especialista, utilizar a medicação apropriada”.

O médico explica também que existem dois tipos de medidas preventivas: o preventivo medicamentoso e o preventivo não medicamentoso. Suas principais distinções residem no fato de que, no caso do preventivo medicamentoso, utilizam-se medicamentos prescritos ou recomendados por profissionais de saúde, os quais foram desenvolvidos para evitar doenças ou condições específicas. Já no preventivo não medicamentoso, adotam-se abordagens e práticas que não envolvem o uso de fármacos, optando-se por escolhas saudáveis para prevenir doenças e promover a saúde através de modificações no estilo de vida. “É relevante salientar que, embora sejam recomendadas, essas medidas não substituem a orientação médica e podem variar de acordo com as necessidades e condições de saúde de cada indivíduo”, diz.
Referente às novas abordagens, o médico informa que uma nova abordagem chamada Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um plano individualizado de cuidados e intervenções terapêuticas empregado na área da saúde. Seu objetivo é oferecer uma abordagem personalizada e integrada, levando em consideração as necessidades e preferências do paciente, além das avaliações clínicas e diretrizes profissionais. “O PTS envolve a elaboração de um plano terapêutico completo, com intervenções médicas, psicológicas, sociais e ocupacionais, visando à abrangência do cuidado. É uma abordagem colaborativa, envolvendo diversos profissionais de saúde, e é fundamentada no respeito à singularidade de cada indivíduo”, conclui.
