Equipe brasileira de Valorant vence a primeira edição da Liga das Américas

Por João Pedro Ferreira

Equipe da Loud levanta o troféu do VCT Americas após campanha absoluta no campeonato, com 11 vitórias em 12 jogos (Foto: Reprodução/Riot Games)

A equipe de Valorant da Loud venceu no dia 28 de maio a primeira edição do campeonato VCT (Valorant Champions Tour) Americas, que reuniu times de todo o continente americano. A conquista do time brasileiro possibilitou sua classificação direta para o Masters Tokyo, torneio intercontinental do esporte, e para o Champions, o mundial de Valorant.

A final do torneio foi baseada em uma série melhor de 5 (MD5), em que o primeiro time que ganhasse três partidas conquistaria o título da Liga das Américas. O confronto final foi marcado por uma das maiores rivalidades do Valorant. De um lado, a Loud, time brasileiro campeão mundial em 2022, do outro, a NRG, time norte-americano que vinha estudando o estilo de jogo do time brasileiro.

O time estadunidense investiu na contratação de atletas que já superaram a Loud em campeonatos anteriores, como é o caso de Pujan “FNS”, Austin “crashies” e Victor, ex-jogadores do time estadunidense Optic e campeões do Masters de 2022, realizado em Reykjavik, Islândia, em cima da equipe brasileira.

Mesmo sendo apontada como uma final disputada e imprevisível, a equipe brasileira saiu vitoriosa, fazendo um 3×0 dominante em cima do time estadunidense. A Loud também realizou uma campanha absoluta durante o VCT Americas, ganhando 11 das 12 partidas jogadas (o que inclui as 8 partidas da fase de grupos e as 4 partidas dos playoffs).

Segundo João Pedro “JP” Teixeira, coach da line feminina de Valorant da MIBR, o diferencial que garantiu ao time da Loud a vitória em cima da NRG foi a mudança de IGL (capitão da equipe) de Matias “Saadhak” para Felipe “Less”, fazendo com que a estratégia da equipe brasileira se tornasse menos previsível. “Como eles iam jogar contra a NRG, que tem o FNS e, aparentemente, ele sabe ler muito bem o jogo do Saadhak, ele [Saadhak] deixou o Less calar em alguns momentos para dificultar a leitura do jogo do FNS’’.

O atleta argentino Saadhak ainda foi premiado com o título de MVP (jogador mais valioso) na final do torneio. “Ele teve uma performance individual muito melhor do que ele normalmente já estava tendo, ele é um IGL que tem um individual forte, né? Normalmente, o IGL tem essa fama de ser um cara que não performa muito bem, mas o Saadhak é um cara que é um IGL e consegue manter essa linha de performance”, afirma JP.

O treinador ainda destaca que a postura de capitão de Less dentro da partida também auxiliou a performance individual de Saadhak. “Eu também acho que o que contribuiu pra ele conseguir focar mais no individual dele na final foi a ajuda do Less estruturando o round no começo em alguns momentos; ele ter sido MVP e ter focado um pouco mais no individual foi porque o Less contribuiu muito nessa questão de IGL de time”, afirma.

O título do campeonato americano representa mais um passo para a conquista dos próximos torneios pela equipe da Loud. O time do Brasil já conta com grandes títulos do jogo, como dois VCT Challengers Brazil e o Champions de 2022, podendo ampliar ainda mais essa gama de troféus com a fase que está vivendo. A equipe brasileira é vista como a favorita a ganhar o Masters de 2023, que será realizado em Tokyo, e a próxima edição do mundial de Valorant, o Champions.

O treinador da MIBR ainda afirma que a equipe brasileira pode aumentar o repertório tático para elevar o nível de performance nos próximos torneios. “Você tem que ter um repertório tático muito grande, então é criar coisas novas e implementar o que eles já têm, talvez pensar em jogar mapas com duas, três composições diferentes para situações diferentes, conseguir fazer esse tipo de mudança acho que é interessante”, explica.

O maior desafio que a Loud deve enfrentar durante os próximos campeonatos é a possibilidade de saída das jovens e talentosas peças do time, como Erick “Aspas”, atleta brasileiro apontado como o melhor jogador de Valorant atualmente.

“Acho que o maior problema da Loud como organização é segurar a molecada no final do ano. Tem muita questão do jogador querer ficar na organização, só que tudo tem um limite, dentro da franquia os salários vão do piso até dez vezes o piso, e os times brasileiros ganham ou o piso, ou um pouco mais que o piso, e os times norte-americanos [pagam] até dez vezes o piso, então é difícil para uma organização brasileira aguentar todo mês um quarto de milhão de salário”, conclui o treinador.

 

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