Laboratório da Unesp de Bauru realiza pesquisas com o intuito de melhorar a qualidade de vida de pessoas que possuem a doença

Por Kelly Namy

A imagem apresenta uma placa identificando a localização dos Laboratórios de Pesquisa e Extensão da UNESP.
Localização do MOVI-LAB (Reprodução/Arquivo Pessoal)

O Laboratório de Pesquisa em Movimento Humano, MOVI-LAB, está localizado no campus da Unesp de Bauru. Entretanto, mesmo para aqueles mais acostumados com a universidade, o local ainda pode ser desconhecido. Ele fica ao lado do Departamento de Comunicação Social, em uma casa convidativa que abriga um time de pesquisadores que trabalha para entender a biomecânica do ser humano.

Entre as diversas pesquisas, um dos focos principais do laboratório é o estudo sobre os impactos da Doença de Parkinson na movimentação dos pacientes e a elaboração de intervenções capazes de melhorar a qualidade de vida desses indivíduos.

Murilo Henrique Faria, formado em educação física e atual coordenador do MOVI-LAB, conta que o laboratório possui uma parceria com o Ativa Parkinson, um projeto multidisciplinar desenvolvido pelo Departamento de Educação Física da UNESP.

Em conjunto, as equipes oferecem auxílio na prática de exercícios para pessoas que possuem a doença de Parkinson. “Dentre os muitos efeitos benéficos, além da parte física, está também o da interação social, já que esses pacientes tendem a se fechar um pouco”, diz.

No final de maio deste ano, a equipe abriu as inscrições para a participação nas atividades. O recrutamento foi divulgado através das redes sociais e é voltado para pessoas com mais de 50 anos e que possuam o diagnóstico de Parkinson. O recrutamento não é restrito apenas a uma área, já que o laboratório conta com diversas atuações.

Há pouco mais de um ano, o MOVI-LAB começou a desenvolver um estudo envolvendo o uso da hipóxia em pacientes com Parkinson. A ideia foi introduzida pelo professor Carlos Augusto Kalva Filho. Com experiência no uso da técnica em atletas, ele sugeriu que uma pesquisa voltada para os pacientes com a Doença de Parkinson fosse desenvolvida. A proposta, então, foi aceita e implementada no laboratório pelo Prof. Dr. Fabio Augusto Barbieri.

“Ainda há poucos estudos que avaliam os efeitos da hipóxia, que é uma concentração reduzida de oxigênio no ambiente, neste caso, de forma proposital”, explica Murilo, ao ser questionado sobre o surgimento do estudo.

O procedimento envolve o uso de alguns equipamentos. A barraca, por exemplo, é utilizada para proporcionar uma menor oferta de oxigênio por períodos intermitentes, permitindo o controle da saturação dos participantes. Ou seja, a proposta, em primeiro momento, é utilizar a técnica de forma aguda para analisar possíveis melhorias no sono e na marcha dos avaliados.

O pesquisador está em frente aos equipamentos mencionados na matéria.
Murilo Henrique Faria em frente aos equipamentos utilizados

Com a colaboração da Escola de Educação Física e Esportes de Ribeirão Preto (USP), o laboratório conseguiu os equipamentos necessários para começar a pesquisa. Recentemente, entretanto, a equipe recebeu um financiamento da FAPESP, permitindo a continuidade dos estudos.

“Por ser uma linha de pesquisa nova, ainda não tínhamos toda a estrutura para aplicar a estratégia, mas com o recebimento de um milhão de reais vamos realizar a compra da barraca e do gerador de hipóxia”, explica. O planejamento é que os testes em pacientes comecem ainda neste ano.

“Entender como funcionam os efeitos da intervenção nesses pacientes e quanto tempo eles duram”. Segundo Murilo, essa é a perspectiva para o futuro da pesquisa. Sempre visando a melhora da qualidade de vida dessa população, ele reforça que o trabalho multidisciplinar, unindo diferentes formas de atuação, é imprescindível para o sucesso dos estudos desenvolvidos dentro do MOVI-LAB.

Deixe um comentário