Por Marco Oliveira

Todos os anos, milhares de jovens deixam seus lares para estudar. Tal ação exige coragem e, muitas vezes, desespero. Abrir mão do calor familiar, diversão com os amigos e, sobretudo, do seu lugar no mundo.

Foto: fotoinfot

A educação no Brasil é um caminho recheado de obstáculos e muitos desistem antes mesmo de terminar o que chamamos de “Ensino fundamental” – que ironicamente peca em ensinar o elementar. Aqueles que conseguem passar por essa primeira fase da extensa e difícil carreira acadêmica, passam para o próximo nível: o ensino médio.

Poucos sabem sobre o que se aprende lá, mas, na teoria, leva seus alunos até a faculdade. A universidade é o ponto que muitos veem, mas poucos têm acesso.

Encarar o vestibular é lidar com a ansiedade, a pressão social e anos e anos de um ensino básico falido, mas em contraponto, o momento de aprovação no exame é o momento de alegria e comemoração, pois todos os anos de estudo valeram a pena e de agora em diante a vida finalmente começou – e a luta também.

O primeiro contato com a universidade costuma ser um momento de inspiração onde todos os sonhos são possíveis e todas as barreiras podem ser quebradas facilmente. Os professores falam sobre as possibilidades que os cursos de graduação podem abrir, e os veteranos contam histórias – tão épicas quanto a de Ulisses, de Homero – em festas. O mundo finalmente é seu. Mas na prática as coisas se revelam diferentes, o curso não é tão incrível quanto parecia lá no começo, o tempo é curto, o dinheiro que você tinha acaba e conseguir um emprego é a única coisa que pode salvar sua graduação.

Todas essas dificuldades são reais e a maioria dos graduandos se veem diante desses problemas, mas cada caso e um caso e a experiência acadêmica é única para cada pessoa. “Creio que a maior dificuldade está relacionada à condição financeira”, conta Marcella Dell’avanzzi estudante de engenharia mecânica na Unesp, em Bauru.

Apesar disso ela conta com o apoio da família que sempre se empenhou durante o período da escola e também da graduação para garantir uma boa educação. “Fazemos ligações de vídeo e conversamos um pouco, colocando as novidades em dia”, diz Marcella a respeito do contato a distância com a família.

Mesmo aqueles que já se formaram passam por provas de fogo para atingir objetivos mais altos na carreira, como Rodrigo Queiroz, professor de inglês e, atualmente, gestor de uma renomada escola de inglês no Brasil, que foi para Inglaterra realizar um curso de formação para professores.

“Eu decidi fazer um curso da universidade de Cambridge porque almejava uma promoção dentro da instituição que eu trabalho”, pontua Rodrigo, que precisou vender o carro e juntar todas suas economias para bancar os custos do curso. Apesar disso, a experiência na Europa foi muito gratificante para ele.

Podemos encontrar infinitos casos de estudantes cada um com suas particularidades, mas em todas as histórias identificamos semelhanças, como coragem e espírito de luta para fazer as coisas acontecerem.

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