Buscando projeto autossustentável Associação Ferroviária de Esportes cria a categoria sub-12 feminina.

Manu Lima

Potência no futebol feminino, a Ferroviária de Araraquara criou uma nova categoria para o desenvolvimento da modalidade. Além das categorias sub-14 e sub-20, o departamento de futebol feminino conta agora também com a categoria sub-12.

Considerada uma das grandes potências do futebol feminino brasileiro a Associação Ferroviária de Esportes anunciou há pouco mais de um mês a criação da categoria sub-12 feminina. O nascimento da categoria está muito ligado ao desenvolvimento, por parte da Federação Paulista de Futebol (FPF) do 1º Festival Sub-12 que foi disputado na cidade de Santo André no último dia 21. As guerreirinhas grenás acabaram ficando pela semifinal, onde perderam nos pênaltis por 4 x 5 do Centro Olímpico.

Para além dos campeonatos e títulos, a criação de uma categoria sub-12 tem como objetivo dar continuidade na formação de atletas buscando fomentar o desenvolvimento do futebol feminino. Para Rafaela Esteves, coordenadora das categorias de base, este é um projeto sólido e autossustentável.

“O objetivo nas categorias de formação do futebol feminino da Ferroviária busca além de formar atletas e seres humanos durante o seu processo de desenvolvimento, participando de todo processo ensino-aprendizagem dentro da instituição, com todo suporte necessário da equipe de profissionais multidisciplinar”, afirma.

Referência na modalidade, a Ferrinha mantém esse projeto desde 2001 e é o único clube a participar de todos os campeonatos destinados às categorias de base – Festivais sub-12 e sub-14, Campeonato Paulista sub-15, 17 e 20, Campeonato Brasileiro sub-17 e 20, Liga de Desenvolvimento sub-14 e 16 – além de representar a cidade de Araraquara nos jogos regionais e aberto do interior.

E o projeto tem dado certo, já que o clube bicampeão da Libertadores tem no momento oito atletas formadas nas categorias de base. E está em segundo lugar no campeonato brasileiro e em primeiro no campeonato paulista. Em ambos os campeonatos, as Brabas e as Guerreiras Grenás disputam entre si o topo da tabela, Corinthians e Ferroviária são também os únicos times considerados grandes na modalidade que possuem uma categoria sub-12 e que, portanto, participaram do Festival. O Timão e a AFE não chegaram a se enfrentar, mas as Brabinhas ficaram em segundo lugar no novo campeonato.

Sobre a ausência da categoria, Esteves diz que acredita “que os clubes estão entendendo a importância no investimento nas categorias da base e isso faz com que tenha mais equipes, tornando as competições mais acirradas, além de estarmos projetando que em algum momento, a atleta possa iniciar a transição entre as categorias e um dia, integrar ao elenco do profissional.” Mentalidade que já é amplamente difundida na modalidade masculina, que conta com campeonatos desde a modalidade sub-7.

“Nós que já possuímos quatro categorias na base do futebol feminino e temos atletas na categoria profissional e que tiveram sua formação na Ferroviária, vemos que é de suma importância as instituições iniciarem os treinamentos desde a base justamente com o objetivo de formar mais atletas do que só necessariamente pensar em título”, explica Rafaela.

Ainda assim, a falta de campeonatos femininos, faz com que os clubes não se interessem por criar categorias menores para as meninas adiando, assim, a formação das atletas. Atualmente, no Brasil só existem competições oficiais femininas a partir da categoria Sub 12, os Festivais das federações estaduais e a Liga de desenvolvimento Sub 14 e 16, o que também dificulta a captação de atletas por times com maiores estruturas.

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