Com um elenco de força como Lily Rose Depp, Abel Tesfaye (The Weeknd), Troye Sivan e Jennie Ruby Jane, a série “The Idol” será lançada no dia 04 de junho na plataforma HBO Max.
Por Gisele Guedes

“A história de amor mais sórdida de toda Hollywood”. É assim que é descrita a relação da protagonista Jocelyn (Lily Rose Depp) e Tedros (Abel Tesfaye) no primeiro teaser da nova série dramática das mentes de Sam Levinson, Abel Tesfaye e Reza Fahim. A obra é uma parceria da HBO com o estúdio A24.
A narrativa foca na jovem estrela em ascensão Jocelyn, que está disposta a tudo para alcançar um nível jamais visto na música pop. Após sua reabilitação de um colapso nervoso que sofreu durante uma turnê, Jocelyn não medirá esforços para conquistar um retorno icônico na indústria. De repente, o caminho de Jocelyn é cruzado com o de Tedros, dono de uma boate em Los Angeles, Califórnia. O homem, aparentemente encantador, guarda um segredo obscuro: ele é líder de uma seita na cidade.
Os dois se envolvem em um relacionamento perigoso e intenso, e Tedros se torna seu guru de autoajuda. Um caminho repleto de drogas, manipulação e luxo exorbitante toma conta deles e o preço da fama é testado a todo momento por Jocelyn. Apesar da obra não ter sido lançada oficialmente ainda, as problemáticas da série foram apontadas por membros da produção do seriado. Demissões em massa, rombo de orçamento, roteiro que romantiza abuso, cenas “degradantes” e “gratuitas” foram algumas das questões denunciadas pela equipe.
“O que tenho medo e preocupação é que a obra se torne uma espécie de ‘Blonde’, onde vemos uma mulher hipersexualizada a todo momento em cenas desnecessárias numa obra que só foca no absurdo sofrimento de uma grande artista feminina para despertar os mais absurdos sentimentos em homens. Vi a equipe bastante incomodada com o que tinha no roteiro, porém ainda não vimos o produto final, nos resta esperar para ver se vale a pena mesmo ou se tudo é levado ao extremo e uma perda de tempo”, afirma Ryan Costa, redator da revista Eolor.
“The Idol” possui classificação indicativa de 18 anos e deverá satirizar de forma explícita o glamour por trás da indústria musical. No entanto, em uma matéria publicada pela Rolling Stone, diversas fontes anônimas envolvidas na série revelam que, desde que Sam Levinson entrou na produção, a obra se tornou “degradante” e “perturbadora”. “Passou da sátira para a coisa que estava satirizando”, revelou uma fonte à revista.
Abel não deixou barato essas acusações, e, em seu Twitter, rebateu a situação ao publicar um vídeo de uma cena inédita da série em que, ao Jocelyn, receber uma proposta da Rolling Stone, seu personagem (Tedros) debocha da relevância da revista e finaliza ironizando a quantidade de seguidores dela. “Rolling Stone tem 6 milhões de seguidores no Instagram, metade deles são provavelmente robôs, e Jocelyn têm 78 milhões de seguidores, todos reais”, diz Tedros. Abel também marcou a revista no tweet com a seguinte legenda: “Nós chateamos vocês?”.
A princípio, a diretora da série era Amy Seimetz, porém em abril de 2021, a cineasta deixou o cargo após uma demissão turbulenta. “Divergências criativas” entre Amy e os executivos da HBO foi o argumento dado para sua saída. Depois disso, Sam Levinson assumiu a direção. O objetivo da HBO era manter um baixo orçamento em relação à produção da série. No entanto, com as reformulações no roteiro devido à mudança de direção, houve um grande estouro de orçamento. Afirmam membros da produção.
“Agora temos como diretor o criador de “EUPHORIA” que já traz aquela bagagem de assuntos polêmicos, o Sam Levinson, e ele é um cara que quando você vê o que ele já fez, você vê que ele vai dar conta do trabalho que foi lhe dado. Anteriormente, o cargo era de Amy Seimetz e vejo que isso teria uma grande importância no desenvolvimento dessa série em específico, afinal ela é mulher e uma direção feminina faria mais sentido numa história que basicamente é sobre o aliciamento de uma artista pop. Sabemos que depois que a Amy saiu, o Sam regravou e reescreveu toda a série, poderemos ver outro tom na série bem diferente da proposta original”, explica o jornalista.
Em 22 de maio, “The Idol” teve sua pré-estréia no festival de Cannes, um dos maiores festivais de cinema do mundo. Após a exibição de dois episódios, a série foi aplaudida de pé por 5 minutos. Contudo, a pré-estréia não foi bem recebida pela crítica, a série debutou com 14% de aprovação no Rotten Tomatoes e recebeu um tomate podre. Em uma review no site, o crítico Robert Daniels resume a série como “bruta, grosseira e sexista”.

Os teasers soltados pela HBO mostram um lado obscuro dos bastidores da indústria fonográfica e uma estética mega produzida, que Sam revelou em Cannes, se passar no mesmo universo de “Euphoria”. O segundo teaser conta com a trilha sonora da estrela Britney Spears, com seu hit “gimme more”. A trajetória de Jocelyn foi bastante comparada com a conturbada relação de Britney com a mídia por fãs nas redes sociais, tendo em vista que ambas artistas enfrentaram dificuldades publicamente.
“Acredito eu que a protagonista não tenha sido completamente inspirada em uma única artista pop, quantas vezes não já vimos por aí casos e mais casos de famosos se envolvendo nas mais variadas, perigosas e perturbadoras situações, vejo que a Jocelyn como uma personagem formada a partir das mais loucas polêmicas já noticiadas, entretanto, o caso aterrorizante de Britney Spears com a mídia foi o mais chocante e infelizmente o mais marcante, então, vejo que seja algo que vem do imaginário comum do público, é fácil remeter ao caso da Britney”, justifica Ryan.
Na estreia oficial da série, em 04 de junho, aqueles que estão no aguardo tirarão suas próprias conclusões. Contando com cinco episódios, será que o drama no final irá surpreender com sua crítica ácida ao submundo do universo musical de Hollywood?
“Não sabemos até que ponto a série fará uma crítica aos bastidores da indústria fonográfica e até que ponto ela estará lá para servir apenas o drama, vendo os teasers e o material liberado eu não espero uma crítica diferente do que já sabemos que existe nesse mundinho, entretanto, a HBO sempre pode nos surpreender com seus trabalhos assim como aconteceu em ‘EUPHORIA’ e em outras séries originais”, revela Ryan Costa.
