Aprovado em 2021, equipe do interior paulista retoma o plano de se transformar em clube empresa.
Por Giovane Papa

O Rio Branco Esporte Clube, de Americana, no interior de São Paulo, procura “deixar tudo certo” para retomar o projeto de se transformar em clube empresa. As SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol) surgiram em 2021 e permitem a migração de times para o formato de clube empresa, caracterizado por vender parte de seus direitos a investidores. Essa é uma alternativa comumente usada por times que buscam quitar suas dívidas ou aumentar seus investimentos.
O presidente do Rio Branco, Gilson Bonaldo, avalia que o projeto é visto com bons olhos dentro do clube. “A expectativa é das melhores”, diz.
Mas ele é cauteloso e diz também que o processo de migração deve seguir um passo de cada vez. “Primeiramente, vamos restituir o projeto e abrir a SAF, A partir daí, vamos fazer uma cotação, qual valor de import que pode ser investido, qual a segurança do investidor pro Rio Branco”, explica.
Vale lembrar que o Rio Branco sofreu com dificuldades financeiras em parte de sua história. Porém, atualmente, Gilson avalia que existe uma melhora gradual. “Cada dia melhora a situação financeira. A recuperação judicial veio para dar uma estancada na questão de juros e multas, e, hoje, a dívida do Rio Branco é bem menor”. Ele explica ainda que “a situação financeira hoje é estável, a receita é muito pouca, mas a dívida está congelada”.
No mês de março desse ano foi concedida ao Rio Branco a aceitação de um pedido de recuperação judicial, e, como consequência, foram suspendidas todas as ações judiciais movidas contra o clube. O presidente também afirma que o processo foi um grande passo para instituir a SAF. “Congela multas e juros e nos possibilita a abrir a SAF com segurança pra quem quiser investir”.
Gilson cita ainda que espera um investidor que aceite um projeto audacioso para o futuro do clube e que não espera apenas investimentos na área do futebol. “A gente quer tornar o clube um todo, precisamos da categoria de base, de investimento no estádio, são várias etapas. Queremos transformar o clube, de fato, em uma empresa, obtendo lucro em vários setores”.
A diretoria se mostra otimista quanto ao projeto da SAF e também cita fatores como sua história para afirmar que o clube é bem visto perante os possíveis investidores. “Por tudo que proporcionou, pela história do futebol paulista, pelos 18 anos na série A1, e também a localização no eixo de Americana, Campinas e São Paulo, que é uma região de extrema visibilidade”, explica.
No passado, o Rio Branco já teve um projeto parecido, porém, após alguns impasses, isso não se concretizou e as discussões sobre o assunto terminaram. “Tivemos essa situação com uma empresa multinacional, mas eles acabaram tendo problemas internos, a diretoria mudou, e não continuamos essa conversa”.
Dessa forma, explica que esse projeto não se caracterizou como uma SAF, mas sim, como uma SA (Sociedade Anônima). “O clube só ia virar uma empresa, quiseram separar o futebol do clube, mas não conseguiram e os problemas com dividas iriam continuar”. Gilson adiciona também que as leis não eram bem definidas para o esporte.
Porém, após a aprovação da lei da SAF em 2021, o projeto do Rio Branco tem tudo para dar certo: “hoje é bem diferente, a SAF possibilita muitas situações em questão de investimento”, conclui o presidente.
