O ritmo que nasceu nas comunidades negras e latinas de Nova Iorque e que ganhou o mundo com suas múltiplas sonoridades continua sua trajetória de renovação.
Por Rebeca Elias

No início nos anos 70, a cultura hip hop era formada apenas pelos mc’s, os dj’s, o grafite e o street dance. Eles frequentavam os subúrbios de comunidades negras e latinas em bairros periféricos, como o Bronx, em Nova Iorque.
O tempo passou e hoje o rap conseguiu abranger ainda mais musicalidade, e o que era apenas um ritmo conhecido como rap boom bap, virou uma múltipla variante de ritmos, como o aclamado trap, o drill, o grime, o jungle, o rap consciente, além de outras sonoridades. Ao todo, o espectro musical do rap abrange mais de 25 subgêneros.
“A raiz do movimento e a resistência que faz com que se recarreguem as energias foi o que contribuiu para a ascensão do hip hop”, diz Gabriel Cardoso Barbosa, fundador da “Batalha Dos Treze”, em Bauru, interior de São Paulo.
Gabriel Cardoso acredita na influência do avanço da tecnologia no começo dos anos 2000, havendo um grande crescimento na cena do hip hop, consequentemente no rap, onde agora existe margem para poder explorar formas de traduzir arte, aparelhos de mixagem, vídeo clipes, efeitos sonoros contribuem para esse aperfeiçoamento.
Fica notório que para que esse avanço no rap pudesse acontecer, pessoas tiveram que trabalhar arduamente, fundamentando uma base.
“Uma influência de impacto! Influência forte e importante, pois é o começo de tudo, a base veio instruída de mestres e mestras que carregaram a responsabilidade e seriedade na missão de revolucionar através das palavras”, diz Gabriel Cardoso Barbosa.
Isso se dá porque o som consegue acessar pessoas, seja pela letra, batida ou identificação com o cantor. A comunicação chega da forma mais direta possível. Como diz o cantor Mano Brown, “a comunicação é a alma. Se não está conseguindo falar a língua do povo vai perder mesmo”.
Mas, nos últimos anos, o hip hop passou por muitas mudanças, e o segmento conheceu maior popularidade, com mais pessoas consumindo e construindo uma arte com mais forma e potência.
O termo “hip” significa atual, o que torna ainda mais significativa essa constante evolução do ritmo, pois virou uma árvore genealógica de gêneros e batidas, e os frutos estão sendo colhidos nesses últimos anos.
“Atualmente tenho visto muito conteúdo da vertente “dril”, que difere da forma mais tradicional, acredito eu, que seria o boom bap! O que difere um do outro seria, no caso, o bpm (batida por minuto) e o estilo!”,explica Gabriel.
Toda essa metamorfose por que passa o hip hop traz enriquecimento para o gênero, cuja musicalidade e resistência fazem parte da essência do ritmo, que nasceu nas periferias de Nova Iorque e ganhou um espaço próprio no mundo da música.

É lindo ver a história e o crescimento do hip-hop ao longo dos anos, trazendo músicas que transformam vidas!
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