João Felipe Reis
Desde o seu surgimento na Segunda Guerra Mundial, o flag football, uma variação do futebol americano se consolidou como um esporte independente dos Estados Unidos. Foi criado pelos soldados americanos quando os mesmos queriam jogar futebol americano porém não conseguiram pela falta de equipamento. Assim, surgiu um esporte que, atualmente, é praticado em todo o globo. Aspirando entrar nas olimpíadas em 2028, que será sediada em Los Angeles, é uma possível modalidade que trará bons resultados ao Brasil, que vem evoluindo conforme o esporte evolui também.
O país obteve a sétima colocação no último mundial de flag, realizado no ano
passado (2022) em Birmingham, nos Estados Unidos. E a quarta posição nos World Games feito em 2021 em Israel. A Seleção Feminina apresenta uma evolução notória, chegando a se emparelhar com seleções tradicionais, como México e Canadá. É uma seleção que possui nomes conhecidos na bolha do esporte, principalmente no estado de São Paulo, que é conhecido como o “berço do flag”.
No cenário masculino, a relevância é menor do que em comparação ao feminino, muito provavelmente devido a implementação tardia da modalidade no país. Porém, isso não é algo que traga pessimismo, de acordo com o coordenador defensivo da seleção brasileira, o Coach Erick Faja. ” Estamos numa fase boa quanto ao aprendizado do esporte como um todo. Cada vez mais temos coaches mais capacitados e com uma corrente de ajuda mútua entre os coaches para dividir conhecimento, aprendizado e evoluírem juntos,” afirma.
Tendo um período de aproximadamente cinco anos até as olimpíadas de Los Angeles, ainda se há muitas oportunidades de ingresso para poder se almejar uma possível vaga nos 20 jogadores que podem participar. A melhor forma de se destacar é participando de campeonatos estaduais, onde há uma grande quantidade de jogos. esse ano serão oito partidas
regulares e mais os de fase eliminatória. Por ser um esporte democrático, é bem heterogênea a composição de elencos, podendo haver atletas de diversas idades, diversos portes físicos e classes sociais.

Porém, mesmo com essa facilidade de ingresso, ainda não se tornou um esporte de grande relevância para o cenário nacional. “ O que mais estagnou o avanço foi a falta de união fora de campo entre os times amadores, deixando com que a rivalidade e a política se sobrepusesse ao avanço mútuo das equipes” afirma Leonardo Cândido, ex diretor da Associação Paulista de Futebol Americano (APFA).
De acordo com o coach Faja, é um cenário que pode ser alterado com ajuda do público, acreditando que o interesse popular pode aumentar conforme o tempo. “ Acho que para as pessoas que não acompanham o futebol americano, é uma forma muito mais fácil de atrair pessoas para o esporte. Pois o jogo tem uma duração menor e é mais dinâmico que o futebol americano. Inicialmente, isso pode funcionar com essas pessoas iniciantes nos esportes pelo fato de serem jogos mais rápidos e com menor duração.”
Portanto, vê-se no flag, uma oportunidade de crescimento, que pode trazer várias conquistas ao esporte nacional, fugindo do monopólio do futebol masculino. Caberá à Liga Nacional de Futebol (NFL) e à Federação Internacional de Futebol Americano (IFAF) conseguirem fazer com que o flag seja instaurado no programa do Comitê Olímpico Internacional. Ainda não há data para uma possível decisão do COI, mas acredita-se que o veredito virá dentro do próximo ano. Enquanto não se houver uma decisão, pode se acompanhar a evolução dos jogadores e comissões por todo o estado de São Paulo, tanto pelo paulista masculino que começou dia 30/04, tanto pelo paulista feminino que começará dia 21/05
