A importância de medidas de curto a longo prazo para a manutenção da segurança

Por Tiago Trombini e Hugo Araújo

Escolas implementam medidas de segurança frente ao pânico causado pelos ataques recentes (Foto: Unsplash)
Texto Alternativo: Imagem de corredor escolar. Portas de cor verde e janelas abertas à luz do dia.

Na segunda semana de abril, foram divulgados em escolas de São Paulo comunicados com a intenção de acalmar as famílias de alunos e comunicar medidas de segurança, diante de ameaças de atentados compartilhadas nas redes sociais. Em diversas escolas, os coordenadores e diretores conversaram com os adolescentes sobre o assunto, já que muitos deles haviam sido expostos a boatos nas redes sociais.

Especialistas afirmam que, além das barreiras físicas, projetos pedagógicos para a convivência pacífica são cruciais para impedir que os ataques ocorram. Devem ser feitos investimentos direcionados às ações pedagógicas e de auxílio psicológico aos alunos, focando na identificação do bullying e em como lidar com ele.

Dessa forma, em decorrência do recente histórico de ataques às instituições educacionais, as escolas do estado vêm buscando melhorar sua segurança, aliando o investimento em tecnologias, mudanças na conduta profissional das equipes e desenvolvimento psicopedagógico dos alunos.

A respeito da implementação de novas medidas de segurança no ambiente escolar, a diretora da escola estadual Dr. Tolentino Miraglia, Adriana Rossetto, comenta que “todas as portas que dão acesso ao interior da escola permanecem fechadas e as pessoas que entram no prédio são devidamente identificadas, bem como os professores foram orientados para que observem os alunos e, se notarem qualquer situação suspeita, informem imediatamente a gestão”.

Adriana também coloca sobre a relação das escolas com as autoridades locais, em que a parceria com a Polícia Militar se intensificou, uma vez que os policiais estão diariamente na escola por meio do programa Ronda Escolar. “O aplicativo 190 SP recebeu uma nova funcionalidade – ‘Segurança Escolar’, que dá atendimento prioritário às ocorrências em escolas, proporcionando ainda mais agilidade no atendimento”, adiciona.

Guarnição e rondas da Polícia Militar realizando o patrulhamento na porta das escolas (Foto: Prefeitura Municipal de Elias Fausto)
Texto alternativo: dois carros da Polícia Militar estacionados na frente de uma escola com portões azuis – um dos portões está aberto. Dois policiais estão na frente do muro em guarnição.

A diretora complementa, ainda, que o governo investiu em câmeras para as escolas estaduais, mas que, embora com as instalações as situações de vandalismo tenham diminuído na escola, “situações de violência nem sempre são inibidas pelas câmeras”.

Para ela, o maior desafio enfrentado pela escola é o bullying digital – o cyberbullying. “Utilizando-se de contas falsas, os abusadores promovem os ataques, que geralmente acabam se desencadeando dentro da escola, resultando em desentendimentos e até mesmo em violência”, explica.

Ela conta também que a desatenção dos pais é um problema, uma vez que “geralmente os pais, quando chamados à escola, ou defendem seus filhos, ou não comparecem”.

A diretora reconhece o papel crucial da psicologia na promoção do aprendizado e na detecção de problemas no ambiente escolar. “O profissional da psicologia geralmente é aquele com quem o aluno terá liberdade de se expressar, criando vínculos sociais importantíssimos. Também cria meios para os indivíduos conviverem com pessoas de diferentes realidades, personalidades e comportamentos”, reflete.

Adriana completa, porém, que quando se trata de Psicologia Escolar, “não existe um roteiro predeterminado – cada escola é única”. Em sua visão, o ambiente escolar é vivo, sendo crucial o desenvolvimento do sentimento de pertencimento da criança nesse meio.

“A escola promove ações de interação para despertar esse sentimento, envolvendo não só os alunos, mas toda a equipe, estimulando jogos, atividades em grupo, conversas, tudo visando um ambiente saudável para todos. Cabe ao aluno, nesse contexto, participar de todas essas ações e estimular seus pares”, conclui.

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