Por Pedro César Rodrigues

Henri Santos, ao lado do seu pai Hélio Santos (arquivo pessoal).
O sonho de ser um jogador de futebol profissional é presente na cabeça e no coração de muitos brasileiros. Grande parte da população tem no imaginário que a carreira de jogador é repleta de luxo e mordomias, mas não tem conhecimento dos desafios enfrentados pelos atletas antes de atingir um nível de sucesso no esporte.
Os jovens que saem de casa em busca desse objetivo costumam deixar suas famílias muito cedo, sendo essa uma das maiores adversidades para os garotos. Este foi o caso do Henri Santos (21), jogador que pertence ao Palmeiras e está emprestado ao North Texas (EUA).
“O maior desafio que eu enfrentei como jogador de futebol foi ficar longe de amigos, família, longe de onde você sempre viveu”, disse o atleta. Henri deixou seus familiares em Araçatuba aos 13 anos de idade e se mudou para São Paulo após passar no teste das categorias de base do Palmeiras.
O pai do jovem atleta, Hélio Santos, destaca a mistura de sentimentos no momento em que seu filho saiu de casa em busca do seu maior sonho. “Eu que tentei tanto ser jogador de futebol, foi a coisa mais linda e emocionante, mas ao mesmo tempo preocupante, pegamos ele chorando em alguns momentos”, menciona Hélio.
Assim que chegou ao clube alviverde, Henri ficou cerca de sete meses sem ver sua família, pois as condições financeiras em casa não eram as melhores para bancar as passagens de ônibus para a capital paulista. E o empresário da época não ofereceu o aporte prometido aos seus pais em relação às viagens.
Contudo, Hélio procurou se manter por perto da maneira que podia. “Quando a gente sabia que tinha alguma coisa mais grave, que o Henri precisava muito da gente, dava-se um jeito”, disse o pai do jogador.
Mesmo fisicamente distante, Henri e sua família se mantinham em contato através de mensagens e chamadas de vídeo. Segundo o jogador, foi o suporte familiar o fator chave para ele se tornar profissional, em razão de sempre o ajudarem a manter os “pés no chão” e a “humildade”.
Apenas 1,5% das crianças da base se profissionalizam como jogadores de futebol em nosso país (dados fornecidos pelo artigo Jogadores de Futebol no Brasil, publicado pela Revista Brasileira de Ciência do Esporte). Além disso, dos jogadores que chegam ao profissional, 88% recebem até 5 mil reais, segundo estudo que reuniu dados da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Statista e Ernst & Young.
Ou seja, os jogadores que vemos na televisão disputando a série A do Campeonato Brasileiro, recebendo altos salários, ostentando carros de luxo e roupas de grife, são apenas a minoria de um universo repleto de dificuldades e força de vontade.
No caso do Henri, ele ainda não pertence à classe dos jogadores que possuem salários astronômicos, mas já faz parte dos que conseguem prover o seu sustento e o de sua família com certo conforto.
O campeão da Copa do Mundo sub-17 em 2019, como capitão da Seleção Brasileira, e bicampeão do Mundial de Clubes sub-17 pelo Palmeiras tem tudo para alcançar o mais alto patamar do futebol nacional e internacional.
Seu pai, Hélio, deixa como conselho para as famílias das crianças que estão saindo de casa agora rumo às categorias de base, as impressões e atitudes que teve durante a jornada de seu filho.
“Hoje, os pais tem que entender que a maioria dos clubes olham para quase todos os jogadores da base como uma mercadoria, moeda de troca, mas o lado humano do garoto esquecem muito, deixam muito a desejar. Eu trabalhei muito o mental do meu filho e busco informações ao máximo de clubes e empresários, porque você colocar seu filho nas mãos de alguém e alguma coisa (ruim) acontecer, você se frustra pelo resto da vida”, disse Hélio Santos.
Henri corrobora com os ideais do pai. “Um conselho que eu dou é ouvir pai e mãe”. Para ele, “trabalhar todos os dias focado no seu futebol e nunca bater boca com treinador, o que ele pedir você vai lá e faz, pois você está ali para aprender e evoluir a cada dia mais”, completa o jogador.

Muito bom, adorei!!
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Ficou ótima a matéria!
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Mais uma boa matéria para ajudar a desmistificar a carreira de jogadores de futebol. Parabéns!
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Adorei a matéria! Um alerta com dicas fundamentais. Parabéns!!!
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excelente matéria,meus parabéns ao jornalista Pedro
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Excelente matéria!
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