Filho do lutador de MMA pode ser o primeiro brasileiro a se tornar quarterback na NFL, a posição principal do futebol americano.

Por Miguel Lima

O Futebol Americano Brasileiro nunca esteve tão perto de ter um representante na posição mais importante do esporte (quarterback), na liga mais importante do mundo (NFL). Davi Belfort, filho mais velho do lutador de MMA Vitor Belfort, nascido no Rio de Janeiro e criado nos Estados Unidos, tem um pé em cada mundo.

Davi Belfort – Reprodução: Redes Sociais

A trajetória do jovem atleta brasileiro, atualmente a caminho da Universidade de Virginia Tech, tem potencial de entrar para a história como sendo a do primeiro Quarterback Brasileiro em toda a existência da liga americana. E não só sua fama como filho do MMA o guiará até lá, mas também seu trabalho duro, atleticismo e ética de atleta que superam todas as barreiras já enfrentadas por estrangeiros entre americanos.

Davi começou a praticar futebol americano de fato aos 14 anos, na escola onde estudava, e desde então vem evoluindo e quebrando recordes que pertenciam a jovens esportistas americanos, chegando no status atual de ser um atleta de 4 estrelas (de um máximo de 5) que lhe permitiu escolher uma dentre as maiores faculdades esportivas dos EUA, na qual ganhará exposição, não só nacional, como também mundial e encaminhar sua ida histórica até a NFL.

“Ter um estrangeiro na posição mais importante dos esportes, e principalmente na posição mais reconhecida nos EUA ia ser um marco histórico, mas, com certeza, os estadunidenses iam estranhar e ficar relutantes por ser algo diferente”, afirma o Quarterback do Galo Futebol Americano, Miguel Mendonça.

Entretanto, há de se destacar que Davi não será o primeiro brazuca a disputar o melhor futebol americano do mundo. Cairo Santos, atual kicker(chutador) do Chicago Bears, foi o desbravador brasileiro em território americano, abrindo um precedente real de qualidade na prática do esporte em alto nível, há quase uma década.

Existem outras possibilidades de ligas maiores para atletas brasileiros, como por exemplo, a liga canadense (CFL) que já contou com Otávio Amorim (no Pratice Squad) e Ryan David (no Special Teams) vindos do Brasil, e há também jogadores pela Europa (Turquia, por exemplo) e no México, esperando pela chance de se provarem na maior liga do mundo.

A NFL tem planos de executar um jogo de temporada em terras brasileiras, assim como faz no México, Reino Unido e Alemanha. Possibilidade que coincidirá com a época em que Davi poderá jogar profissionalmente, criando um momento fértil para que talentos brasileiros se destaquem e se igualem, em nível, aos atletas americanos, para conquistem a chance de ingressar e de se provarem na maior liga do mundo.

“Na verdade, eu acho que o que vai alçar o Brasil no mesmo nível de ligas no mundo é o trabalho de investimento no esporte nacional e a formação de jogadores por times do Brasil, com certeza esse aumento visibilidade é bom porque gera investimento que posteriormente ajuda na formação de jogador”, opina Mendonça.

A liga já viu brasileiros, mas com Davi no centro das atenções do time e do esporte pode jogar alguns holofotes, tanto para a CBFA (Campeonato Brasileiro de Futebol Americano), quanto para os brazucas jogando nos mais diversos campeonatos, dos mais diversos países.

A paixão pelo esporte, entre os torcedores, se tornou mundial e uma oportunidade de profissão. Para Mendonça não é a falta de habilidade o empecilho para os brasileiros. “Eu acredito que a diferença não é sobre aptidão, mas sim sobre a diferença de estrutura e de investimento ao esporte e a partir do momento em que temos um pouco mais de incentivo e investimento, começamos a aparecer no cenário internacional”.

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