O mercado de trabalho vem se tornando cada vez mais competitivo para aqueles que estão iniciando sua carreira, demandando que durante a graduação os alunos invistam a aplicação de seus conhecimentos não apenas nas atividades em sala, como também em estágios, pesquisas e projetos de extensão.
Por Daniel Souza
Permitindo que o graduando coloque em prática o que aprende em aula, e expandindo o leque de habilidades e oportunidades que se pode obter ao ter contato com o mercado, os projetos de extensão são uma ótima alternativa para quem busca por algo a mais para complementar o seu currículo.
Eli Vagner, professor de Filosofia da Unesp Bauru, acredita que o aluno que participa de projetos acaba tendo uma experiência mais rica, ampla e democrática em sua passagem pela universidade. “Eu acho que contribui muito mais para a formação humanística, para a formação social, participar de um projeto de extensão”.
O professor comenta que acha extremamente recomendável participar. “O aluno tem a oportunidade de desenvolver seus próprios talentos e habilidades”. Para Eli, é uma experiência muito importante para o estudante, conferindo a ele uma possibilidade maior de desenvolvimento.
Para Eli, o contato com o mercado de trabalho é muito importante durante a graduação, pois o aluno tem contato com a realidade da sua área, evitando que tenha um choque de realidade. “A universidade é um universo muito distinto do universo corporativo, do universo das empresas”.
Tendo participado do projeto de extensão da Unesp de Bauru, Voz do Nicéia, jornal comunitário do bairro Jardim Nicéia, Vinicíus Rodrigues, aluno do oitavo semestre de Jornalismo da faculdade, comenta sobre sua experiência com a extensão. “Acredito que o projeto agregou à minha carreira acadêmica o aperfeiçoamento das minhas habilidades jornalísticas. É fácil colocar em prática tudo aquilo que a gente aprende, difícil mesmo é descobrir a melhor forma e o jeito correto de se fazer isso”.
O estudante participou por três anos consecutivos, sendo Coordenador de Gestão de Pessoas. Como consequência disso, acabou conhecendo muitos outros estudantes que passaram pelo projeto. Vinicius também comenta que a troca de experiência entre alunos proporcionada é essencial para se exercer não apenas a função de aluno, como também profissional. Ele ressalta que foram longos anos de aprendizado e ensinamentos. ‘Trazer de volta pra faculdade aquilo que tu aprendeu “na rua” também é genial e necessário’.
O jovem de 21 anos comenta que tem em mente o conceito de que a universidade pública tem o dever de dar um retorno positivo para a sociedade, uma característica que se destaca com relação à função de projetos de extensão, sendo o mesmo um dos três pilares que sustentam a universidade, seguido pela pesquisa e pelo ensino. “No jornal comunitário, os alunos conseguem fazer uma diferença significativa para um bairro negligência dentro do próprio município e isso é fenomenal”.
Contando sobre momentos que marcaram a sua história com a Voz do Nicéia, Vinicius cita a primeira vez em que foi presencialmente ao bairro. Para ele, foi emocionante estar lá e ajudar a entregar jornais para os moradores, mesmo que ainda não fosse membro. O estudante fala também sobre sua participação durante a semana de Hip Hop, em que foi convidado a apresentar uma competição de talentos entre crianças, o que o deixou comovido.
Sendo um espaço de produção, prática e disseminação de conhecimento, a função social da extensão nas universidades públicas se torna indispensável, por não apenas contribuir com a formação do aluno, como também, fornecer ferramentas que impactam diretamente na mudança da comunidade na qual está inserido, possibilitando que ocorram trocas entre os campos do estudo e a realidade.
