João Victor Fortuna
Fórmula 1: uma temporada que promete surpreender

Mais um ano começa e com ele uma nova temporada do mais glamoroso campeonato automobilístico. Esta edição da Fórmula 1 promete entregar uma disputa excitante e com mais emoção e competitividade que no ano passado.
Mudanças no assoalho, nos testes de aerodinâmica e principalmente redução do teto de gastos desafiarão as equipes na montagem dos carros. Menos recursos representa mais dor de cabeça para os engenheiros e projetistas na busca pelo carro ideal, tanto na classificação como nas corridas. A RBR, que estourou o teto na edição passada, foi penalizada com 7 milhões de dólares e uma redução de 10% nos testes de aerodinâmica, um empecilho a mais para a atual campeã e uma das favoritas ao troféu de construtores.
Apesar das mudanças, Raphael Espíndola, grande adepto da categoria, acredita na força da atual campeã, porém enxerga um campeonato mais competitivo. “Consigo ver a Ferrari chegando mais perto da Red Bull nesta temporada, o mesmo com a Mercedes. Se formos olhar o histórico recente, existe alguém que está na frente com sobras mas, a cada temporada, a segunda equipe vai se aproximando. Existe o fator do novo regulamento e acho que isso pode ajudar a diminuir o gap. Ainda sim, vejo a Red Bull como a favorita ao título de construtores e o Max o favorito ao título mundial”.
Raphael acredita que o título será disputado em uma corrida de três cavalos de cores distintas. “Max, Charles, Lewis. Seguindo a mesma ideia, vejo a Red Bull na frente do resto do grid ainda para a temporada, e também vejo o Max nessa posição. É um ano importante para o Charles, mas acho que falta ainda para que ele atinja o nível de ser campeão mundial. E sobre o Lewis… É o GOAT. E depois da última temporada, consigo ver ele voltando com uma dedicação e um sangue muito grande, ainda mais levando em consideração a possibilidade de ser sua última”.
A fórmula 1 é uma categoria dificílima de se adentrar. Brilhantes pilotos não tiveram essa oportunidade, como Sam Bird e Antonio Felix da Costa; outros não conseguiram permanecer muito tempo apesar do talento, caso de Stoffel Vandoorne e Jean-Éric Vergne. Esse filme com certeza passa pela cabeça dos três novatos que irão agregar ao grid em 2023, pois os jovens foram agraciados com uma enorme oportunidade e com certeza querem se tornar figurinha carimbada para os próximos anos.
Lucas Sousa, aluno do Instituto Federal Minas-Sul e grande fã de automobilismo, se mostra bastante animado com essa nova leva de jovens pilotos e tem fortes opiniões. “De Vries tem a obrigação de andar à frente de Tsunoda, levando em conta toda sua trajetória como campeão da F2 e da Fórmula E, e considerando a sensação geral no Paddock de que a vez do holandês talvez tivesse passado”.
Ele explica ainda que é um consenso que Nick tem que mostrar serviço se quiser continuar no grid. “Piastri é uma das maiores promessas do automobilismo, com títulos seguidos na F3 e F2 além de ser pivô da disputa entre Alpine e McLaren por ele”. Já o carro da equipe inglesa se mostra de difícil adaptação (só Lando Norris consegue andar nele). “Não seria surpresa se Piastri sofresse na temporada. Porém, por todas as expectativas colocadas sobre o australiano, ele precisará ao menos se mostrar melhor do que seu compatriota Daniel Riccardo, que em dois anos na equipe laranja mostrou pouca competitividade”, finaliza.
Sobre Logan Sargeant, Lucas Souza explica que ele “é o menos pressionado entre os estreantes. Sua missão com a Williams é no mínimo incomodar Alex Albon e se mostrar melhor do que o fraco Nicolas Latifi”.
O pelotão do meio é sempre uma incógnita, com várias perguntas que só podem ser respondidas ao longo da temporada. Lucas levanta alguns pontos que serão abordados dentro das pistas. “Estou curioso para ver Pierre Gasly pela primeira vez fora do guarda chuva da Red Bull, desta vez em uma equipe totalmente francesa e com o rival e companheiro, Esteban Ocon. Também me traz curiosidade se Fernando Alonso no auge dos seus 42 anos conseguirá mudar a realidade da Aston Martin que até agora não engrenou na fórmula 1. A Haas trouxe de volta Hulkenberg a categoria. O alemão tem como missão bater menos que Schumacher e mostrar mais consistência do que o filho do heptacampeão mundial”.
São muitas indagações e questões acerca do paddock, porém esse quebra cabeça começará a ser solucionado dia 5 de Março, quando se iniciar o ronco dos motores e as 3 luzes vermelhas cederem lugar à luz verde. O Grande Prêmio do Bahrein será apenas o início, mas pode ser um indicador para o desenrolar da temporada 2023 da Fórmula 1.
