Avatar: o caminho da água é o novo sucesso de James Cameron

Por Laura Calze Sipoli

O recordista em vendas de bilheteria volta às telas em 15 de dezembro após 13 anos de seu lançamento, em 2009. “Avatar: o caminho da água” é o novo filme do diretor James Cameron, sequência de “Avatar”, que traz de volta as cores vibrantes do mágico mundo de Pandora.

Vindo de uma terra sem cor, cientistas viajam ao planeta de Pandora em busca de estudar seu ecossistema e cultura. Mas os interesses da grande empresa exploradora de recursos naturais, que financia o projeto espacial, são outros: planeja entrar no planeta com suas grandes máquinas e destruir tudo que possa atrapalhar a conquista de pedras preciosas.

A missão vai bem, até que um ex-marinheiro, junto aos cientistas, entra no universo dos Na’vi, povo originário do novo planeta, e se apaixona pela nova realidade que encontra, lutando bravamente para defender sua nova terra.

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O que o crítico e editor-chefe do “Cineclick”, Daniel Reininger, chama de “um clássico moderno” e “obra-prima tecnológica”, utilizou em 2009 um orçamento de 237 milhões, além da tecnologia 3D que, para Reininger, junto da beleza visual, “ajudaram a transformá-lo no filme de maior bilheteria da história”. Para sua volta em 2022, o diretor utilizou 250 milhões de dólares e, segundo James Cameron, “precisará se tornar a terceira ou quarta maior bilheteria da história” para que não haja prejuízos finais.

James foi diretor de obras famosas como “Titanic” e “Exterminador do futuro”, que de acordo com Marcos Américo, professor do curso de Rádio, TV e Internet da Unesp Bauru, impulsionaram parte do sucesso obtido por Avatar. Da mesma forma, Marcos não tira a credibilidade de Cameron e afirma que ele deixou a marca da ficção ecológica. “Ele tem uma coisa espiritual, o próprio nome “Avatar” que, buscando a definição, é uma palavra do hinduísmo: a descida de uma divindade que se materializa na Terra”, explica.

Esse significado que implica “ser supremo”, se materializa na história, construindo uma complexa estrutura de sociedade em torno de uma árvore sagrada e, segundo Reininger, “foi um dos primeiros filmes a falar abertamente sobre a questão do meio ambiente, sustentabilidade e uma vida mais em comunhão com a natureza e fazer um estrondoso sucesso” Em contrapartida, acredita que apesar do sucesso nas bilheterias, “o impacto real do filme no cinema é menor do que outras franquias como Marvel, Harry Potter, Alien, ou filmes evento como Titanic”.

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O filme que, segundo Cameron, nasceu de um de seus sonhos, começou a ser idealizado em 1995. Nesse meio tempo, foi criada a câmera “Venice”, que também será utilizada na sequência do filme, além da tecnologia de ponta que, para a época, foi considerada inovadora. A partir desse processo, Avatar foi indicado a nove categorias no Oscar, ganhador de premiações como Melhores Efeitos Visuais e, segundo Marcos Américo, “é um filme espetacular em questão de efeitos visuais”.

Para Daniel Reininger, “Avatar tem potencial para ser uma franquia com várias sequências pela riqueza de seu universo e apelo emocional dos personagens”. O lançamento do próximo filme da franquia traz de volta o colorido ambiente de Pandora, explorando os ambientes submarinos de uma tribo aquática com os novos personagens, filhos dos protagonistas Jake e Neytiri, que juntos têm a missão de destruir novamente uma ameaça à sua sociedade.

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O novo filme levantou expectativas, tanto por seguir uma obra de grande sucesso, quanto por acompanhar o célebre nome de seu diretor. “Ele é o cara que fez Exterminador do futuro. Só isso já credencia ele na história. Virou parte da cultura”, afirma o professor sobre James Cameron e sua performance dentro dos cinemas.

Além disso, a ideia de transformar Avatar em uma franquia é algo muito bem visto atualmente, dado que sequências de cinema conquistam fãs fiéis para sagas. Marcos Américo afirma que “o sonho de uma produtora é criar uma franquia”, já que a constante entrada de títulos para as telas do cinema, mantém a produtora e o diretor em alta. Apesar do risco de “O caminho da água” não alcançar os mesmos números de seu antecessor, o professor explica que “o cinema industrial americano é muito bem calculado. Um filme que causa prejuízo pode quebrar uma produtora” e, portanto “é um risco, mas é um risco bem calculado”.

O filme já tinha sua ideia consolidada pelo que Marcos Américo chama de “ação de marketing monstruosa”, pois criou grandes expectativas para sua estreia. De acordo com Reininger, “o segundo filme da franquia deve mostrar se o filme realmente é capaz de causar um impacto significativo na indústria”. O crítico finaliza afirmando que “Avatar é um filme simples, com um universo potencialmente gigantesco que pode ser explorado com novas histórias, basta alguém entender, realmente, sua essência”.

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