ANA BEATRIZ ZAMAI

Messi, herói da Argentina, comemora a conquista do título que faltava para sua “coleção” – Foto: REUTERS/Dylan Martinez

As seleções da Argentina e da França se enfrentaram neste domingo (18), 12h, no horário de Brasília, no estádio Lusail, pela final da Copa do Mundo 2022, com um público de quase 89.000 pessoas. As duas equipes tinham chances de se tornarem tricampeãs mundiais: a Argentina ganhou em 1978 e 1986 e a França em 1998 e 2018. 

O JOGO

O técnico Lionel Scaloni escalou a Argentina com Emiliano Martinez no gol, Molina, Cristian Romero, Otamendi e Tagliafico na defesa, Di Maria, De Paul, Enzo Fernandez, Mac Allister no meio de campo, com Messi e Julián Álvarez no ataque, tendo nomes de peso no banco, como Paulo Dybala, Lautaro Martínez, Exequiel Palacios e Leandro Paredes. 

Já Didier Deschamps escalou a França com o goleiro Hugo Lloris, Koundé, Raphael Varane, Upamecano, Theo Hernandez na linha defensiva, Tchouaméni, Rabiot e Griezmann no meio campo, e Dembele, Mbappe e Giroud na linha ofensiva. Um time poderoso, mesmo tendo grandes nomes na lista de machucados, tais como o atacante Karim Benzema , e no banco de reservas, por exemplo, Camavinga, Coman e Pavard. 

Nos cinco primeiros minutos a Argentina era quem fazia pressão, com duas boas chances de gols defendidas pelo goleiro francês Lloris. A primeira tentativa da França veio apenas aos 13 minutos, com Mbappé, mas não foi bem sucedida. 

Aos 20 minutos, o juiz marcou um pênalti a favor da Argentina num lance do Dembélé em cima de Di María, titular surpresa. Essa surpresa rendeu bons frutos para a Albiceleste: o pênalti em cima dele, que Messi bateu, e, aos 35 minutos, fez o segundo gol do jogo. 

Di María, em comemoração do segundo gol argentino – Foto: REUTERS/ Dylan Martinez

Sem esperar o intervalo, Deschamps fez duas alterações: tirou Giroud e Dembele, entrada de Thuram e Kolo Muani. Isso deu uma segurada na seleção de Lionel Messi até o fim do primeiro tempo. Ainda na primeira etapa, saiu o primeiro cartão amarelo do jogo, para Enzo Fernández.

Mas as trocas não foram suficientes para evitar mais pressão da seleção Argentina, que continuou mais forte e com mais chances de gols do que a França. Aos 60 minutos, eram 9 finalizações da Argentina contra 0 da França. 

A primeira substituição argentina foi a de Di María para a entrada de Acuña. Di María teve uma brilhante participação nessa final, que nem seria titular, já que estava com uma lesão desde antes da Copa. 

Faltando 20 minutos para o final, Didier Deschamps fez mais duas trocas para tentar se impor: entrada de Camavinga e Coman, para a saída de Theo Hernandez e Griezmann.

O jogo estava ainda com a superioridade da Argentina, quando, aos 79 minutos, Otamendi cometeu um pênalti em cima de Kolo Muani e Mbappé marcou o primeiro da França. Menos de 5 minutos depois, aos 81, Kylian Mbappé marca o segundo e empata!

Aos 86 minutos, um lance polêmico: Thuram se joga e leva cartão amarelo por simular pênalti. 

Os acréscimos foram intensos para os dois lados, a Argentina tentando recuperar a intensidade que tinha até metade do segundo tempo, e a França tentando fazer o terceiro, se mantendo no mesmo ritmo. Essa intensidade seguiu para a prorrogação, que teve muitas faltas. 

Aos 108 minutos, com prorrogação, a Argentina fez seu terceiro gol, com Lionel Messi. Num bate e rebate, um jogador francês ainda defendeu, mas do meio do gol. 

Faltando apenas 4 minutos para o fim, mais um pênalti! Mbappé faz seu hat trick e empata novamente. O juiz deu 3 minutos de acréscimos e foi puro fogo, os dois goleiros fizeram boas defesas, levando a decisão pros pênaltis. 

Do lado da França, Mbappé fez o primeiro, Coman bateu o segundo, que o goleiro argentino defendeu. Tchouameni bateu o terceiro da França, mas foi para fora. Kolo Muani bateu o quarto e acertou, mas nem comemorou. A França precisava acertar todos os próximos e que a Argentina errasse 2.

Para a Argentina, Messi fez o primeiro. Dybala fez o segundo. Paredes bateu o terceiro e acertou. Montiel acertou o quarto e consagrou a seleção Albiceleste como campeã. 

Com essa conquista, a Argentina fica atrás da Alemanha, com 4 títulos (1954, 1974, 1990 e 2014), Itália, também com 4 (1934, 1938, 1982 e 2006) e Brasil, único pentacampeão (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002). 

A ARGENTINA

A Seleção de Lionel Messi, depois da derrota para a Arábia Saudita no primeiro jogo da Copa, jogou como se cada jogo fosse uma final. O argentino sete vezes melhor do mundo buscava o último grande título que ainda faltava em sua carreira. 

A Argentina estreou na Copa perdendo de 2 a 1 para a Arábia Saudita, uma das maiores zebras, e que esfriou as expectativas da torcida hermana. Mas isso não durou muito, já que, ainda na fase de grupos, ganhou de 2 a 0 do México e da Polônia. Avançando para as oitavas de final, ganhou de 2 a 1 da Austrália. Nas quartas, empatou com 2 a 2 no tempo regulamentar contra a Holanda e venceu por 6 a 5 nos pênaltis. Já na semifinal, ganhou de 3 a 0 da Croácia com muita tranquilidade. 

Oito desses doze gols tiveram participação de Messi, tornando ele o maior artilheiro argentino em Mundiais, superando Batistuta. Messi também igualou o alemão Lothar Matthäus como o jogador com mais aparições na história da Copa do Mundo, com 25 partidas, e o superou depois da final. 

A última conquista da Copa do Mundo pela Argentina havia sido em 1986, em uma final com a Alemanha, mais de 30 anos atrás. 

A FRANÇA

A França chegou na final da Copa do Mundo 2022 com uma campanha quase impecável, tendo o mesmo número de derrotas que a Argentina (apenas uma), porém melhor, já que não empataram nenhuma vez. 

Na fase de grupos, ganhou da Austrália por 4 a 1 e da Dinamarca por 2 a 1, mas perdeu da Tunísia por 1 a 0. Nas oitavas, ganhou de 3 a 1 da Polônia de Lewandowski, nas quartas de 2 a 1 da Inglaterra, e na semifinal de 2 a 0 do Marrocos. A equipe marcou um total de 13 gols e sofreu 5, contra 11 gols da Argentina, que sofreu 5 também. 

Das 18 partidas em que Deschamps dirigiu a França em Copas do Mundo até o momento, ele venceu 14, perdeu duas e empatou outras duas.

Os franceses tiveram a chance de conquistar algo que apenas a Seleção Brasileira conseguiu: ser bicampeão consecutivo. O Brasil ganhou em 1958 e 1962, a França ganhou em 2018 e poderia ter ganhado agora. 

Cinco dos onze jogadores que formam o time titular da França foram titulares na conquista do título da segunda Copa do Mundo, na Rússia, como: o goleiro Hugo Lloris, o zagueiro Raphael Varane e os atacantes Kylian Mbappé, Olivier Giroud e Antoine Griezmann. Esses três últimos somam 12 gols juntos, número que a Seleção Argentina fez inteira. 

Kylian Mbappé, fez 4 gols na final da Copa do Mundo 2022 – REUTERS/ Hannah Mckay

O CONFRONTO

No retrospecto do confronto dessas seleções em Copas, a Argentina ganhou 2 partidas, contra uma da França. A primeira vitória da Albiceleste foi na primeira Copa do Mundo, no Uruguai em 1930, ainda na fase de grupos, por 1 a 0, com gol de Monti, quando foi vice-campeã. A segunda foi na Copa de 1978, em casa, também na fase de grupos, por 2 a 1, com gols de Passarella e Luque, com Platini pela França, quando ganharam o primeiro título mundial. 

Já a França ganhou a última partida, nas oitavas de final da Copa da Rússia, em 2018, quando mandaram a Argentina embora com uma vitória de 4 a 3.

No retrospecto geral, contando não apenas confrontos da Copa, a Argentina continua na frente, com seis vitórias, contra três da França e três empates. Os hermanos marcaram 15 gols, e os franceses, 11.

A artilharia da Copa do Mundo do Qatar ficou nas mãos de Kylian Mbappe e Lionel Messi, que estavam empatados com cinco gols cada antes da final. Com o gol de pênalti e da virada na prorrogação, Messi superou Pelé com gols nas Copas. Messi deixou a Copa com 7 e Mbappé com 8 (ambos sem contar os pênaltis da decisão).

Messi e Mbappé, companheiros no PSG, disputaram a artilharia da Copa do Mundo 2022 – Foto: REUTERS/Lee Smith

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